Vereadora e coordenadora-geral do Sintepp Belém, a professora Silvia Letícia dá a má notícia aos sindicalistas que, de imediato, decidiram pelo estado de greve. Em vídeo exclusivo, a vereadora informa que a gestão municipal planeja criar um redutor previdenciário/Fotos: Divulgação.

Nenhuma das reivindicações será atendida neste mês e, como desgraça pouca é bobagem, ideia do prefeito é transformar gratificações fixas em temporárias, impactando diretamente na aposentadoria. Servidores reagem com ameaça de paralisação na próxima semana.

A Prefeitura de Belém acaba de aumentar o fosso que separa a gestão municipal do funcionalismo. Em reunião, ontem, com entidades que compõem o Fórum dos Servidores, representantes da gestão Ed 50 informaram que a prefeitura não irá atender nenhuma das reivindicações da categoria neste mês, data base dos servidores, isto é, que irá praticar reajuste zero, inclusive no vale alimentação.

Além da queda, o coice

Segundo os representantes do prefeito – no encontro que teve a participação da vereadora Silvia Letícia, do Psol, também coordenadora do Sintepp Belém -, o vale alimentação continuará em R$ 370, e o salário base de merendeiras e pessoal de apoio administrativo não será equiparado ao salário mínimo nacional. Pior: a prefeitura planeja transformar as gratificações fixas recebidas pela categoria em gratificações temporárias, condenando o servidor a receber somente o base, abaixo do salário mínimo, em suas aposentadorias.

Não bastasse, segundo fontes da coluna, o prefeito afirma que irá tentar aprovar a reforma da previdência do antigo governo Bolsonaro, aumentando a alíquota do desconto previdenciário, o que, conforme avaliação dos sindicalistas, remete de fato a um redutor salarial.

Parceria que é bom…

Depois da reunião, a vereadora Silvia Letícia se reuniu com sindicalistas e acionou o mecanismo da possível paralisação, na próxima semana. A categoria já está em estado de greve, enquanto a gestão Ed 50 aguarda a consolidação de parcerias para investimentos na cidade prometida durante a campanha eleitoral pelo presidente Lula e pelo governador Helder Barbalho. E como ‘dinheiro não dá em árvore’, tudo é promessa, o tempo passa e a gestão municipal derrete perante a população.

Tudo junto e apertado

A última cartada de Ed 50 para recuperar a popularidade saiu estampada em anúncio pago pelo contribuinte nos dois maiores jornais do Estado, no último domingo, onde se lia: “Tamo junto pelo Brasil”, “Tamo junto pelo Pará”, “Tamo junto por Belém”.

Bem, tão junto assim acaba apertado…

Linha de fundo, escanteio

Não parece muito claro – muito pelo contrário – se o PT e o MDB têm mesmo interesse em apoiar a ‘maquiagem’ pretendida pela prefeitura na cidade, de olho, é claro, nas eleições municipais do ano que vem. Parece que o prognóstico da vereadora Silvia Letícia de que o PT e o MDB estão virando as costas para a gestão Ed 50 vai se confirmando mais cedo do que o esperado.

Na falta de dinheiro, quem paga o pato são os servidores públicos de Belém, que pelo jeito não vão ter o prometido piso salarial dos professores, nem o pagamento do salário mínimo nacional até o final do mandato, como prometeu o prefeito.

Sabendo da situação e conhecedores da lei que desobriga prefeitos a reajustarem salários e a concederem benefícios em ano eleitoral, o Fórum dos Servidores começa a organizar greve geral da categoria.

“Se tiver que ter greve, vai ter greve”, afirma Silvia Letícia.