Por Jobson Marinho*
Pais que trabalham nas indústrias do Pará contam como fazem para se manterem presentes na vida dos filhos, mesmo morando em lugares diferentes
Paternidade é um vínculo eterno, que ao longo da vida pode ser mais próximo ou mais distante. Contudo, pais e filhos precisam manter o diálogo e o tempo de qualidade para que, mesmo na distância, o amor e a presença sejam cultivados. Para os papais que trabalham em áreas industriais do Pará, a distância pode ser um dos maiores desafios para se manter conectados com os filhos. Como muitas indústrias estão localizadas no interior, é comum que em algum momento o filho mude de cidade para buscar novas oportunidades de estudo ou trabalho.
O supervisor de manutenção de frota da Imerys em Barcarena, Ari Cláudio Moreira, de 49 anos, vive esse dilema há alguns anos. Apesar disso, ele não abre mão de manter o vínculo familiar de maneira nenhuma e faz o possível para estar presente na vida do filho, Cláudio Moreira, de 23 anos, que mora em Blumenau(SC), para estudar.
Para manter a união
Para manter e fortalecer a união com aqueles que mais ama, Ari recorre às redes sociais e chamadas por vídeo. “A tecnologia facilitou muito, quase diariamente fazemos chamadas de vídeo e assim consigo ver se ele está bem. Compartilhamos muito nosso lazer, ele me passa muitas dicas de filmes e em dia de futebol assistimos ao jogo e comentamos por mensagem”, conta.
Exercício de paternidade
O amor no exercício da paternidade está presente nos pequenos detalhes. “Quando eu era pequeno, mais do que garantir que nada faltaria em casa, ele ainda arrumava tempo para estar presente, brincar comigo, ir às apresentações escolares e momentos especiais. Agora, mesmo estando distante fisicamente, meu pai nunca deixou de estar presente e o resultado disso é uma relação muito leve que eu julgo ser um privilégio enorme”, ressalta o universitário Cláudio Moreira.
Neste Dia dos Pais, cerca de 3.409 km separam pai e filho, mas, apesar da distância, o momento é de fortalecer os laços. “O meu pai sempre foi a minha maior referência, tanto como pessoa quanto como profissional. Eu tenho muito orgulho de poder dizer de quem sou filho, e eu admiro muito as concessões que ele fez e ainda faz na vida para poder me proporcionar o melhor sempre”, diz o jovem. “Sinto muita falta da companhia dele, mas entendo e apoio as escolhas que ele faz para a vida dele”, finaliza Ari Gaia.
Presença mesmo na distância
Taciano Gaia, Operador de Produção na fábrica da Alubar em Barcarena, afirma que a distância não é motivo para não se fazer presente na vida do filho, Dário Douglas, de 16 anos. Eles moram em cidades diferentes há 14 anos, pois o filho vive com a família materna em Cametá, município paraense do Baixo Tocantins, a cerca de 3h30 de carro de Barcarena. “A gente se fala quase todo dia por telefone. Sempre que dá estou indo lá. Nos meus dias de folga, passo o final de semana com ele e volto, porque o trabalho exige a minha presença. Pelo menos uma ou duas vezes por mês a gente se encontra e ele também vem aqui. Graças a Deus temos uma convivência boa e ele me respeita como pai”, afirma o operador.
O fato de morarem em cidades diferentes não diminui o amor, a preocupação e a força do vínculo familiar. Na tarefa de prover as necessidades ao filho, Taciano mantém boa relação com a mãe do adolescente e conta também com os benefícios da Alubar, que oferece ajuda de custo da mensalidade escolar para dependentes de seus colaboradores. “Filho é pra sempre, isso não muda quando os pais se separam. Tenho uma amizade com a mãe dele e a gente se ajuda nessa educação de dia a dia. É preocupação e dever nosso dar escola, saúde, estar em contato. Quem tem filho sabe, essa preocupação é igual estando perto ou longe. Mesmo que falte pra mim, para ele não pode faltar nada”, relata Taciano Gaia.