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Artesanato de Icoaraci sobrevive,
apesar das crises e da pandemia

Por José Croelhas

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As vendas pela internet beirando 90% têm sido a tábua de salvação do segmento de cerâmica artística de Icoaraci, secularmente maltratado pelo descaso das autoridades e, ultimamente, pelos efeitos da pandemia de Covid-19. Os artesãos, como a coluna apontou em outras oportunidades, fizeram, como se diz, das tripas, coração para sobreviver aos maus agouros que se abateram sobre a população desde o ano passado e sobre o próprio segmento, castigado por situações que, por si só, já deveriam ter sepultado a arte.

Além da crise no abastecimento de matéria-prima – o barro -, que agora vem de Santo Antônio do Tauá e por isso teve, nos últimos meses, o preço majorado de R$ 2 para R$ 7 a pelota, o artesanato cerâmico de Icoaraci também enfrenta escassez de mão de obra especializada, haja vista que o Liceu de Artes e Ofícios Mestre Cardoso, criado no Paracuri pelo prefeito Hélio Gueiros justamente para dar suporte em todas as áreas do desenvolvimento da arte, acabou virando uma escola como outra qualquer, ignorando uma estrutura física tecnicamente planejada para ensinar e estimular o surgimento de talentos.

A coluna ouviu Marivaldo Costa, terceira geração de uma família que há cinco décadas atua com o barro no bairro do Paracuri. Ele confirma a dificuldade de obtenção de oleiros, desenhistas, pintores e outros profissionais. 

Sobre a sustentabilidade do negócio, diz Marivaldo que todos enfrentaram tempos muito nebulosos, sobretudo em meio à pandemia, mas que ele e outros encontraram no Instagram a quebra de o paradigma que sempre foi esperar o turista na porta deles. “A rede social abriu de vez nossas cabeças e nossos horizontes; melhor: ela expandiu perspectivas de negócios em todo o País ao valorizar bastante nossas peças marajoaras, tapajônicas e até mesmo utilitárias.”