Prefeito de 200 mil habitantes e detentor do 22º maior PIB municipal do Brasil no ranking dos 25 mais ricos, Darci Lermen volta ao olho do furacão/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.
Pelo mesmo motivo, em 2020, o prefeito Darci Lermen foi afastado do cargo, ao qual retornou por decisão da Justiça, que desta vez determinou a demissão em massa exigindo a convocação de aprovados em concurso público.
Eis que a conta de campanha chegou – e alta -, para o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, do MDB. Com uma canetada só, o juiz Lauro Fontes Junior mandou demitir 2.752 funcionários da área da Saúde, no último dia 16. Entre as razões para a decisão do magistrado está o grupo de servidores aprovados em concurso público que, até hoje, aguarda por um chamado que nunca chega.
Esforço repetitivo
Para entender melhor o imbróglio é preciso recorrer às eleições de 2020, quando Darci Lermen nomeou nada mais, nada menos do que 5 mil servidores temporários em diferentes secretarias. A medida fez parte da estratégia para garimpar eleitores e fortalecer a candidatura em que acabou saindo vitorioso. Mais da metade desse pessoal foi lotado na Secretaria de Saúde.
As filas da agonia
O resultado é um caos na saúde pública desde a semana passada. Na última sexta-feira, as portas do hospital municipal, onde também funciona o serviço de urgência e emergência amanheceram fechadas, dada à incapacidade de funcionamento apenas com os servidores efetivos. A confusão se agrava porque muito da mão de obra demitida também atuava nos Postos e Unidades de Saúde, a maioria fechada desde a semana passada por falta de pessoal.
Darci Lermen havia sido afastado do cargo em novembro de 2022 pelo mesmo motivo, retomou o lugar amparado por decisão judicial, mas, ao invés de resolver, piorou a situação. Mais do que não demitir 3.256 pessoas, o prefeito contratou outros 2.106 temporários, elevando o número de contratados para 5.367 servidores.
Até que tudo se resolva, o povo segue penando sem atendimento ou agonizando em filas quilométricas, muitas vezes para conseguir um simples exame de rotina. Na Unidade Básica de Saúde VS10, um vídeo feito por um morador da cidade mostra o nível de desrespeito. Centenas de pessoas que aguardavam em fila desde as 5 horas foram informadas, somente às 9 horas, que o local não iria funcionar por falta de médicos.
Dinheiro que atrapalha
Situação vergonhosa para um município com população acima de 200 mil habitantes e que tem o 22º maior PIB municipal do Brasil no ranking dos 25 municípios mais ricos. Até agora, nada foi feito para resolver o problema. E quem precisar de atendimento na rede pública de saúde que dê seus pulos.