Há exatos setes dias ocorreu troca do cargo de Superintendente Regional de Polícia Civil no Sudeste do Pará, onde assumiu, com pompa e circunstância, o delegado Vinícius Cardoso das Neves, aprovado em concurso público. Vinícius ingressou na carreira em e 2008 e trabalha na região desde então. A posse do novo superintendente ocorreu com a presença do Delegado-Geral de Polícia, Walter Rezende, e do diretor de Polícia do Interior, Hennisson Jacob. O antecessor de Vinícius, delegado Thiago Carneiro Rodrigues dormiu Superintendente de Polícia na região e acordou titular da Delegacia de Eldorado dos Carajás, mesmo se autointitulado diretor da 20ª Seccional de Parauapebas – sequer pensou, coitado, que no governo Helder Barbalho tudo pode acontecer, inclusive nada.
O “olho grande” de Chamonzinho
O problema começou quando o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, do MDB, inimigo político do deputado estadual Chamonzinho, do mesmo partido, e que por sua vez vem a ser concunhado do delegado Thiago Rodrigues, descobriu que a indicação de Thiago Rodrigues era uma suposta trama em que o delegado seria escalado estrategicamente em ano eleitoral para vigiar a campanha de Lermen. Chamozinho tem milhões de interesses na Prefeitura de Parauapebas, não esconde e nem pede segredo para ninguém. Incontinenti, Lermen acionou o governador Helder Barbalho, que prontamente atendeu ao pedido do aliado e vetou o nome de Thiago Rodrigues para trabalhar em Parauapebas. Rodrigues rapidamente atravessou pedido aos superiores para trabalhar em Canaã dos Carajás, onde também a prefeita Josemira, do MDB arquirrival de Chamonzinho, rejeitou de pronto o nome do delegado, também com receio de se tornar vítima da suposta trama.
Briga de egos embola meio-campo
Restou ao delegado Thiago Rodrigues trabalhar como plantonista no pequeno município de Eldorado dos Carajás, administrada pela prefeita Iara Brada, do PSD, onde ainda não se apresentou – menos por ser casada com a irmã da prefeita de Curionópolis, Mariana Chamon, mulher do deputado estadual Chamonzinho e mais por não ter engolida a tramoia em foi metido. O motivo da exoneração do delegado da função de superintendente não foi revelado, mas pesa contra ele a suspeita de envolvimento com pessoas ligadas à atividade mineradora ilegal na região, as quais são constantemente alvo de operações da Polícia Federal, bem como pelo distanciamento político entre Hélder Barbalho e Chamonzinho: o deputado corre para ser, de longe, o político mais influente do sudeste do Pará e isso não soa bem aos ouvidos de sua excelência o governador do Pará.