Procuradores acusam chefe da PGE de
estar “bilionário”  com atuação de OS e
advertem para danos institucionais

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Em petição dirigida ao Juízo da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital, o procurador do Estado Afonso Carlos Paulo de Oliveira Júnior e Ana Paula Silva de Araújo acusam o Procurador-Geral do Pará, Ricardo Nasser Sefer, de uma série de irregularidades, principalmente para beneficiar o grupo de sua família, a quem acusam de estar bilionário com a atuação de Organizações Sociais de Saúde, destacando o “iminente risco de danos institucionais generalizados e de proporções inéditas” no Estado.

Segundo a denúncia, fartamente documentada, a decisão deliberada por deixar o governo juridicamente descoberto e as autoridades sujeitas a riscos penais graves e iminentes é não apenas dolosa como negada em clara má-fé a outras autoridades, evidenciando a deslealdade do réu mesmo para com o governador e seu sogro – Parsifal Pontes, ex-chefe da Casa Civil preso em operação da Polícia Federal; como também em relação à tentativa desastrosa de atribuir a uma doação da JBS de julho de 2020, totalmente tratada pelo governador e por Parsifal Pontes, a origem dos respiradores encontrados no Hospital Abelardo Santos, que só se explica como tentativa de afastar de si a responsabilidade pela ocultação dos equipamentos; as provas evidenciam que não apenas o réu e seu grupo teriam razões para buscar a ocultação dos aparelhos como também que essa opção por colocar tais autoridades como alvos no episódio se dá com plena consciência do quão iminentes e graves são os riscos envolvidos nos prováveis desdobramentos.

À petição foram juntados diversos documentos que comprovariam as irregularidades cometidas pelo Procurador-Geral do Pará para beneficiar as Organizações Sociais de Saúde da família Sefer.

Tutto buona gente

O que se diz é que corre investigação no Ministério Público Federal sobre valores supostamente recebidos pelo ex-deputado Luiz Afonso Sefer e Ronaldo Sefer – respectivamente tio e pai do Procurador-Geral do Estado, Ricardo Sefer -, pelos hospitais da família. Come se sabe, não faltam procuradores incomodados com a vexatória atuação do procurador-geral, a quem se atribuem cobras e lagartos no cargo, inclusive para acobertar malfeitos do governo do Pará. A denúncia sabre a atuação nada republicana do procurador-geral explodiu acionada pelo ex-procurador Afonso Oliveira, no último dia 14, em sessão do Conselho Superior da PGE, na qual aponta Ricardo Sefer como sócio de Organização Social e chefe de organização criminosa com atuação dentro da Procuradoria.

Estado de negócios

Curiosamente, esta não é a primeira vez que alto integrante do governo Helder Barbalho é denunciado como sócio em negócios escusos para se locupletar de dinheiros públicos: caso emblemático envolveu o ex-advogado-geral Giussep Mendes – atual presidente do Igeprev -, dado como sócio do escritório de advocacia Mendes e Mendes e atuando irregularmente em prefeituras, inclusive na Grande Belém, e na Câmara de Vereadores de São Miguel do Guamá – caso que mereceu a intervenção do Ministério Público do Estado.