Na terra em que o Sistema de Segurança Pública se engajou na campanha de reeleição do governador Helder Barbalho e agora, literalmente, veste a camisa da campanha de Lula, o coronel Pedro Celso ‘virou patinho feito’ por sua opção em favor da reeleição de Bolsonaro/Foto: Divulgação.

Corre nos bastidores da Polícia Militar do Pará que o reconhecido coronel Pedro Paulo Celso perdeu o posto de chefe do Departamento Geral de Operações da Polícia Militar, baseado no Distrito de Icoaraci, em Belém, por não se engajar na campanha desencadeada pelo governador Helder Barbalho em favor da candidatura do ex-presidente Lula.

Sistema se quedou

Quando todas as forças do sistema de segurança pública do Estado, notadamente o alto comando da Secretaria de Segurança e o da Polícia Civil literalmente vestiram a camisa do governador e, por extensão, a do ex-presidente Lula, o coronel Pedro tem sido monitorado em suas redes sociais, onde se destacam manifestações pró-Bolsonaro e informações sobre as reuniões do governador com prefeitos e candidatos eleitos e derrotados nas últimas eleições em defesa da candidatura Lula.   

Desconforto na caserna

O Diário Oficial do Estado de hoje publica a Portaria 1674/2022, assinada pelo comandante da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior, pela qual o coronel Pedro é exonerado do Departamento Geral de Operações e nomeado para a diretoria de Licitações da corporação. O ato, considerado ‘rebaixamento’ de um destacado militar, com ‘relevantes serviços prestados à Polícia Militar do Pará’ causou grande desconforto na caserna e deixou parte do oficialato acuada. Aos menos dois oficiais da reserva ouvidos pela coluna na manhã de hoje se confessaram ‘estarrecidos’ com o que consideram ‘uso da PM como instrumento de política partidária’ como nunca se viu no Estado.

Um policial exemplar

Com mais de 25 anos de serviços prestados à PM, o coronel Pedro Celso é considera um policial dedicado e competente.  Não faz tempo, como chefe de Operações, operou nas buscas dos suspeitos de envolvimento na morte do soldado PM Emerson Brito, em Parauapebas. Na Grande Belém, participou das operações que resultaram na morte de um fugitivo que se embrenhou nas matas de Benevides e foi perseguido por quase 15 dias cercado por forte aparato policial. Sua dedicação ao trabalho e respeito pelos comandados o tornaram um exemplo na PM, menos quando se trata de escolhas políticas, muito restritas no Pará.