No belíssimo balneário de Alter do Chão, em Santarém, região oeste do Pará, a expectativa é a promoção de um dos festivais mais movimentados depois da pandemia, o famoso Çairé, mas a população é quem mais trabalha para isso/Fotos: Divulgação.
 

Sem ver consolidadas ações de atrativo para o turista que visita a Vila de Alter do Chão, em Santarém – mesmo no momento em que o período é propício, com poucas chuvas -, moradores se reuniram para planejar atividades de fomento ao turismo e geração de renda por conta própria.

Roda de carimbó

Uma das mais emblemáticas é o palco montando pelo mestre de carimbó Osmarino, bem em frente à casa onde mora, na orla que dá acesso à Praia do Amor. Desde o início de agosto, o espaço se transforma, sempre às quintas-feiras, em uma grande festa de carimbó ao ar livre e com acesso gratuito – tudo feito de forma meio improvisada, mas com apoio de toda a comunidade, que aproveita a presença de centenas de pessoas para vender comida, bebida, artesanato e souvenirs e sem qualquer ajuda de custo da Prefeitura de Santarém.

‘Pai da criança’

Não demora muito e a Secretaria de Cultura do município se apresenta ‘pai do projeto’, dando a ele grandiosidade em estrutura, mas não em dignidade. Isso ele já tem de sobra. Esse será o primeiro setembro de Cairé após a pandemia e a expectativa é de que o número de visitantes em Alter do Chão alcance números jamais vistos.

Em Algodoal, terminal só
tem serventia durante a
maré alta; alguém avisou…

O Terminal Hidroviário de Algodoal, na badalada parte de Maracanã banhada pelo Atlântico, paga o preço de estar entre as muitas obras inauguradas ao apagar das luzes do período permitido ao governador Helder Barbalho pela legislação eleitoral. Na baixa da maré, o desembarque continua sendo feito pela rampa do antigo trapiche, cuja estrutura é a única acessível nessas circunstâncias. Desembarcar no terminal chique, como dizem os nativos, só mesmo com a maré do meio para cima.

Por esse motivo o antigo trapiche, que mais parece o esqueleto de um porto velho, abandonado e fantasmagórico ainda não foi derrubado. E, pelo jeito, nem será, já que o desembarque de passageiros não escolhe maré para acontecer.

Com movimentação de passageiros dependente das marés, eis a beleza que não se põe na mesa/Foto: Agência Pará.

Não foi por falta de aviso

Dizem os moradores que os engenheiros do projeto foram alertados sobre a impossibilidade de desembarque com a água baixa tão logo o local da obra foi definido. Mas, como ciência é coisa para letrados, os conselhos de quem mora na ilha entraram por um ouvido e saíram pelo outro de quem estudou para fazer a coisa certa.