A Diocese de Bragança vive momento sui generis: tem dois bispos, mas está desgovernada, comprometendo a atuação no nordeste do Pará e a fé de meio milhão de fieis, fatos que, entre outros, serão reportados ao Núncio Apostólico, em Brasília, Dom Giambattista Diquattro, nomeado pelo Papa Francisco/Fotos: Divulgação.

Não se fala em outra coisa nos bastidores da CNBB Norte 2, em Belém, inclusive com observações bem duras de alguns dos senhores prelados. Trata-se da crise em que mergulhou referenciada e outrora respeitada Diocese de Bragança,  fundada pelos padres Barnabitas.  O assunto deve ser levado ao conhecimento do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, em Brasília,  que deverá arbitrar a solução. Ocorre que, em  que pese ter excepcionalmente dois bispos na regência,  a Diocese está desgovernada em sua atuação em 27 municípios do nordeste do Pará, abrangendo meio  milhão de católicos.

O bispo regente Dom Jesus Berdonces está incapacitado mentalmente por sequelas da Covid e o administrador apostólico nomeado pelo Vaticano,  Dom Luís Ferrando, de 82 anos, se recusa a assumir a plenitude de suas funções, inclusive se recusando a despachar e residir na bela sede da Cúria Diocesana,  em Bragança, preferindo morar em Ulianópolis,  a 600 quilômetros de distância de seu gabinete de trabalho. Ou seja,  um é e não pode,  o outro é e não quer ser.

Gestão à base do “bate e arrebenta”

Diante dessas circunstâncias e  como o poder não admite vácuo, assumiu o bispado o pároco da Catedral da Diocese em Bragança,  padre Raimundo Elias, que de uma só canetada proibiu a atuação do vigário-geral, padre Gerenaldo Carvalho, em inversão assustadora de papéis. Consta que padre Raimundo Elias,  por sua forma autoritária de atuar e por interferir na Paróquia de Santa Luzia do Pará,  foi expulso pela população e ameaçado de morte por moradores da cidade. Teria interferido também em Tracuateua, na Fundação Educadora de Comunicação,  ao autorizar reforma na bissecular Igreja de São Benedito sem conhecimento do Iphan, o que está destruindo a igreja,  além de mantê-la fechada há por dois anos, sem previsão de reabertura.

Intervenção atinge São Benedito

Essa intervenção repercutiu até no céu – perdão -, na promoção da Festividade de São Benedito, além da Marujada,  do alto de seus 224 anos de tradição. A coisa é tão grave que padre Elias referiu-se ao prefeito de Bragança, Raimundo Oliveira, como “vagabundo”,  o que levou o alcaide a tomar satisfação pessoalmente junto a o sacerdote, com quem quase saiu no braço. Enquanto isso, o rebanho, atônito, reza incessantemente por melhores dias. Afinal, na Diocese de Bragança  não há bispo a quem se queixar…