Denúncias de funcionários da Cohab apontam que, além da presidência, a quem cabe coordenar o programa, um braço do escritório político do deputado Wanderlan Quaresma, do MDB, opera dentro da empresa/Fotos: Divulgação.

Sem alarde, pousou sobre a mesa de trabalho do coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa de Direitos do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa de Belém, promotor Sandro Ramos Chermont, pedido de investigação assinado pelo deputado Toni Cunha, líder do PTB na Assembleia Legislativa, sobre suposta conduta ilícita e improbidade administrativa contra o diretor-presidente da Cohab, Orlando Reis, na condução do programa “Sua Casa”, que vem a ser, trocando em miúdos, o programa Cheque Moradia do governo anterior. Assim: o que parece ter sido ruim para o governo Simão Jatene parece estar sendo bom para o governo Helder Barbalho – a diferença está apenas no invólucro, como entenderão os bons entendedores.

Em oficio dirigido à Cohab em novembro do ano passado, Toni Cunha pediu informações, com base na Lei de Acesso à Informação, da lista de beneficiários do programa “Sua Casa” por cidade contendo nome, endereço e CPF, advertindo a direção da empresa sobre as consequências do não atendimento. A Cohab fez pouco caso e deixou o tempo passar. O parlamentar entendeu, então, que existe clara resistência e retardamento no fornecimento das informações “sem justo motivo ou qualquer previsão legal”, uma vez que a Companhia não depende de consulta ou autorização da PGR para se manifestar.  

Proteção de dados

Ouvido pela coluna, o diretor-presidente da Cohab, o ex-vereador e ex-prefeito de Belém Orlando Reis foi quase monossilábico. Explicou que as informações serão encaminhadas no seu devido tempo ao Ministério Público e justificou que não atendeu ao pedido do líder do PTB na Assembleia Legislativa com base na Lei de Proteção de Dados, referindo-se ao detalhamento das informações envolvendo os beneficiários do programa solicitadas no ofício pelo parlamentar. E mais não disse, mas, o que se diz é que há muito caroço nesse angu.

Obras de dois senhores

Começa que o “Sua Casa” conta com dois operadores – a presidência, por direito, e o deputado Wanderlan Quaresma, do MDB, que instalou um braço do seu escritório político dentro da empresa. Informações de servidores dão conta de que são operações separadas, não exatamente para atender a demanda por construção, reforma, ampliação, melhoria ou adaptação de unidades habitacionais, conforme prevê o programa. À Cohan cabe a coordenação, seleção dos beneficiários, acompanhamento da obra e a execução das despesas, o que remete à pergunta: qual seria a parte de Wanderlan Quaresma nesse latifúndio?

Papo Reto

Divulgação
  • O major Kristian Castro, ajudante de Ordens do governador Helder Barbalho, alça voo dia 4 agora rumo a Newark, Nova Jersey, nos Estados Unidos, onde ficará até o dia 8.
  • De 21 a 26 de maio, o militar estará em Zurique, na Suíça, também a serviço – secreto, só pode – do governo do Estado, segundo consta no Diário Oficial de ontem.
  • Antes dele, quem vai para os Estados Unidos é o secretário de Meio Ambiente, Mauro Ó de Almeida (foto), para participar de conferência na Universidade de Princeton, em Nova York.  
  • A Santa Casa recebeu três toneladas de roupa para lavar semana passada, mas a lavanderia, terceirizada pela direção da Fundação, não deu conta do serviço.
  • Por conta desse desserviço, por assim dizer, o centro cirúrgico do hospital parou de funcionar temporariamente, uma vez que precisa de roupa privativa limpa para operar.
  • A prefeita de Marituba, Patrícia Mendes, participou de um aniversário, dia desses, em um clube do bairro São João, abrilhantando a festa de um auxiliar da administração.
  • Entrou e saiu do bairro, onde se divertiu muito, sem observar a trabalheira que terá pela frente para recuperar as ruas, quando o governador do Estado repassar os recursos do programa Asfalto por todo o Pará.
  • É braba a crise na aviação. Por conta da alta do preço dos combustíveis, a voadora que faz linha entre Manaus e Itaituba, com escala em Parintins, desliga o gerador auxiliar nas escalas de solo e taxia com apenas um motor, ligando-o somente na pista de decolagem.
  • A aeronave é da empresa Passaredo, modelo ATR 72, prefixo PR-PDT. Ao questionar a tripulação, passageiros são informados de que o ar-condicionado desse modelo de aeronave costuma não render bem na região amazônica. Voe com um barulho desses.