Deflagrada pela Polícia Federal na madrugada de ontem em onze Estados, a “Operação Tarrafa” voltou a escancarar a atuação da bandidagem que atua em municípios do Pará anos a fio sob o pretexto beneficiar pescadores artesanais, mas que acabou virando uma indústria e ferramenta eleitoreira e de enriquecimento ilícito. Em Cametá, Baião, Abaetetuba e Mocajuba, municípios considerados “paraíso da roubalheira” no Estado – o número de credenciados no programa é quase equivalente ao total da população medida pelo IBGE -, dezenas de colônias e associações de pescadores amanheceram em meio a uma frenética queima de papéis, mas era tarde: a Polícia Federal capturou dezenas de dirigentes, computadores e materiais que podem gerar mais provas dos delitos.
Ouça o áudio
O “pai” do combate
ao descalabro no setor
Quem conhece o subterrâneo da engrenagem do Seguro-defeso sabe que nada, nenhum dado é imputado no Sistema Nacional pelos Estados sem que sejam validados através da senha-máster da Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca, em Brasília. Contudo, o secretário Nacional, Jorge Seif, em uma rede social, foi rápido em reivindicar a “sardinha” da operação da Polícia Federal para a sua humilde “brasa”, tentando fazer crer que dele teria partido a ação de combate ao descalabro das fraudes contra o Seguro-defeso.
Senha de aluguel, porta
aberta paras fraudes
que poucos sabem é que o Sistema do Registro Geral da Atividade Pesqueira, que sempre esteve sobe o comando técnico do Dataprev, após árdua batalha foi transferido por Jorge Seif para o domínio absoluto da Secretaria, inclusive promovendo à coordenação- geral do Cadastro Nacional a paraense Juliane Arnaud. Ninguém noticia, mas é fato que senhas da Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca têm sido alugadas a terceiros para validar dados, como afirmam servidores da própria Secretaria, e que somente quem tem a senha-máster pode facilitar acessos ao sistema de alimentam as fraudes milionárias.