Deve ter ido do nada para lugar nenhum, uma vez que o assunto aparentemente saiu de pauta, a proposta que andou circulando na Câmara de Vereadores que previa uma espécie de ordenamento da fiação elétrica e telefônica em Belém. Como sempre, boas ideias aqui morrem no nascedouro, quando nascem, mas as circunstâncias em que se encontra a fiação em alguns pontos da cidade exigem providências, antes que uma tragédia anunciada se abata sobre a população.
A empresa privada não tem compromisso com a estética da cidade, nem com a segurança dos cidadãos que nela residem, mas apenas com os seus lucros. Retirar fios, cabos e outros equipamentos, como orelhões, por exemplo, que caíram em desuso, mas ainda fazem parte do cenário em alguns pontos, parece ser responsabilidade do poder público que, como se sabe, sequer consegue limpar uma praça. Tal serviço só será executado se a prefeitura pressionar, inclusive com aplicação de multa pecuniária em caso de descumprimento.
Quem resolver essa joça?
Cabe aos representantes da população, os nobres vereadores, se manifestar sobre o assunto e propor ao prefeito uma reunião com as diretorias regionais de operadoras de telefonia para estabelecer um plano e um cronograma e resolver, minimizar ou mitigar essa vergonhosa aparência da rede telefônica. Dessa reunião deveria participar a concessionária de energia elétrica, também conivente com esse descalabro por permitir, em muitos trechos, uma sobrecarga de tensão – tensão física, no sentido de tração – nos postes devido à excessiva quantidade de cabos aéreos.