Não há controle, nem saída, nem escapatória. A balbúrdia é geral, mas tem quem não queira ver, nem corrigir e muito menos punir. A legislação eleitoral é letra morta. A descarada e escancarada entrega de equipamentos de informática, retroescavadeiras, veículos, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, motores e outros oriundos das infames emendas parlamentares de deputados e senadores segue exalando o mau cheiro de orgia eleitoreira sob o silêncio sepulcral do Ministério Público Eleitoral no Pará. É uma vergonha.

Ontem, até o governador Helder Barbalho foi tirar sua “casquinha” em mais uma cerimônia de distribuição de benesses no pátio da Fundação Nacional da Saúde, a Funasa, que, aliás, parece ter virado depósito oficial – da esperteza – de parte da bancada paraense para esse fim.

Na sala da Educação em Saúde do prédio há caixas e mais caixas contendo televisores e impressoras estocados. Além disso, uma banda inteira do estacionamento da Funasa foi interditada e transformada em galpão – ou seria balcão? -, enquanto os servidores da Fundação simplesmente perderam as vagas de garagem para estacionar.

O novo comandante da Funasa no Pará é o dentista Breno Henry, indicado pelo deputado federal Eduardo Costa, de Castanhal, casado com uma sobrinha do parlamentar. Tudo em família, portanto.

Elogio à bandalheira,  ou
a impunidade é o que
favorece os malfeitores

Mas, triste daquele que pensa que já viu tudo. Na Companhia de Habitação do Pará, a Cohab, a um quarteirão, se tanto, das instalações da Polícia Federal, a farra na distribuição de cheque moradia chega aos extremos e desafia até as inteligências menos favorecidas.

A direção da empresa, que se dividida salomonicamente entre o ex-vice-prefeito Orlando Reis e o deputado Wanderlan Quaresma ocupa cada palmo do prédio, da sala da presidência, passando pela espaço de convivência, até chegar às ruas adjacentes com beneficiários do programa vindos do interior em ônibus fretados para receber a bondade do governo. São ônibus diários transportando pessoas que obrigam funcionários ao atendimento de até 500 pessoas por dia.

Contudo, a regra é tanto trazer Maomé à montanha quanto levar a montanha a Maomé. O diretor do setor Imobiliário da Companhia de prenome Luís André “partiu” secretamente com uma equipe de técnicos para atacar as bases eleitorais do candidato Zequinha Marinho na região sudeste do Estado, onde as avaliações apontam que o governador Helder Barbalho “não está bem na foto”. O disparo de cheques moradia contra alvos extremamente expostos é tão rápido e certeiro que sequer chega ao Ministério Publico Eleitoral. 

• O Ministério Público do Pará encerra hoje a oficina “Investigação em Improbidade e Corrupção: Aspectos Práticos”.
• A justificativa da capacitação é a de que, nessa área, as irregularidades praticadas em licitações e contratos estão cada vez mais aprimoradas.
• Fora isso, pelo visto, está tudo normal.
• Outra do MP: a promotora Eliane Moreira ajuizou ação contra a empresa Guamá, gestora da Central de Processamento e Tratamento de Resíduos de Marituba, onde o mau cheiro do lixo concorre com os maus odores da campanha eleitoral em Belém.
• A Câmara de Vereadores de Belém promoveu ontem, a pedido do vereador Mauro Freitas (foto), sessão especial em homenagem aos 94 anos da Rádio Clube do Pará.
• Na mesma sessão foi entregue o título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Cidade de Belém para a PRC-5, a quarta emissora mais antiga do Brasil.
• A Secretaria de Saúde do Estado investiga a ocorrência de quatro novos casos da doença de Haff (urina preta) em Óbidos, oeste do Pará.
• Ano passado, a comercialização de pacu, tambaqui e pirapitinga chegou ser proibida no Estado como forma de impedir o avanço da doença.
• A dura realidade é que significativa parte do peixe consumido no Pará vem justamente da pesca na foz do rio Amazonas.
• A travessia na balsa Icoaraci-Outeiro consome média de três horas de espera na rua 2 de Dezembro. Haja paciência,
• Sobre os dois clubes de futebol tradicionais de Icoaraci: o Santa Rosa perdeu há muito tempo sua sede social e estádio de futebol.
• O  Pinheirense perdeu a sede campestre para invasores; o estádio de futebol Abelardo Cunduru é mantido à base de aluguel para eventos esportivos e sede social está semiabandonada.