O deputado federal Vavá Martins teria obtido a cessão do antigo prédio da Ceplac, à Augusto Montenegro, em Brasília, para atender pedido da prefeita Patrícia Mendes, e deixa os servidores da empresa em polvorosa. A cessão seria por apenas cinco anos, com risco de pedido de devolução pelo meio/Fotos: Divulgação.

Não basta sucatear a empresa; há que se encontrar um depósito para guardar os restos mortais. Essa é a situação em que vivem os angustiados servidores da Empresa de Extensão Rural do Pará, a Emater, com sede própria à BR-316, à altura de Marituba. Anos atrás, o então governador Jader Barbalho transferiu a sede da empresa de Belém para Marituba; agora, pelo que se diz, o atual governador, filho de Jader, Helder Barbalho, estaria a um passo de entregar o prédio aos interesses da prefeita Patrícia Mendes, mandando os servidores para o imóvel que pertenceu à Ceplac, à Augusto Montenegro.

As negociações correm por conta do deputado federal Vavá Martins, amigo da prefeita Patrícia Mendes. O parlamentar foi quem conseguiu, em Brasília, a suposta cessão, por cinco anos, do prédio que abrigou a Ceplac, hoje caindo aos pedaços e tomado pelo mato. Não importa o que precisará ser investido para tornar o prédio digno de receber uma repartição pública. Importa, segundo os funcionários da Emater, fazer as vontades da prefeita, que se diz “serva do governador”.

Confiança não é bem de raiz

A administração da Emater está nas mãos da Igreja Evangélica. O deputado estadual Fábio Freitas perdeu força e não manda mais nada na empresa, que agora reza pela cartilha do federal Vavá Martins, que pensa que controla o presidente Rosival Possidônio do Nascimento, que manda no diretor Paulo Lobado e, com ele, promete 60 mil votos nas próximas eleições para Vavá Martins, mas ambos, nas andanças pelo interior do Estado, pedem votos para Giovani Queiroz.

Medo de perder casa própria

A par do medo de perder a casa própria por um prédio sem “habite-se”, ou o que o valha – e ainda por cima, por apenas cinco anos -, os servidores da Emater se entregam à troca de informações em grupos de Whatsapp, alguns denunciando o que entendem ser uma “negociata em curso envolvendo muito dinheiro”, outros falando mal do relacionamento entre o deputado Vavá Martins e a prefeita Patrícia Mendes, todos concordando que a situação deve ser denunciada (a coluna não julga prudente veicular áudios sobre o caso para evitar exposições).

O conto dos 60 mil votos

Em alguns deles, as conversas apontam que a prefeita Patrícia Mendes não está pressionando o governador pela cessão da área, mas o deputado Vavá Martins, com quem “é superalinhada”. Em outro, sabe-se que a prefeita tem interesse, por isso pressiona Vavá Martins, que obteve a cessão em Brasília, mas há risco de a Ceplac pedir a devolução do prédio, e ainda, que “Vavá Martins acredita no Rosival em troca de 60 mil votos”, sendo que o próprio presidente e o diretor Técnico Paulo Lobato viajam pelos quatro cantos do Pará dizendo que estão com Giovane Queiroz para deputado federal. “Vavá está caindo no conto do Rosival”, encerra a mensagem.