Na eleição que se prenuncia a de maior gastança que já se viu na história da República – ao menos nos rincões paraenses -, a fila dos endinheirados cada vez aumenta mais – nem que o dinheiro seja canalizado pelo infame Fundo Eleitoral, que abastecerá candidato com cargo eletivo à base de R$ 3,1 milhões e candidatas de primeira viagem com R$ 2, 6 milhões, para mais ou para menos. O estímulo financeiro é tão atraente que até quem não concorreria nas eleições deste ano pensou duas vezes e, por razões restritas a quatro paredes, vai à luta.
Deve ter sido essa a razão do deputado federal Nilson Pinto, do PSDB controlado pelo governador Helder Barbalho. Desde que a mulher dele, Lena Ribeiro, foi apresentada como candidata, Nilson Pinto parecia disposto a pendurar as chuteiras no Congresso – Lena se elegeria sem a concorrência do próprio marido e com o peso político dele. Errado. Se bem andou, Nilson Pinto confirmou ontem sua candidatura à reeleição, causando espanto geral e provocando algumas ilações no meio político.
Um festival de gastança
A estratégia de concorrer ao mesmo tempo que a mulher Lena garantirá ao casal Pinto a bagatela de mais de R$ 5,5 milhões do Fundo Eleitoral – de R$ 3,1 milhões para ele, que detém cargo eletivo, e cerca de R$ 2,6 milhões para ela, candidata de primeira viagem. O valor, de tão extravagante, quase bate no dobro do teto do Fundo e representa dinheiro suficiente para tirar a candidata do fundo do poço em que aparece nas pesquisas de intenção de votos, lá pela casa do trigésimo lugar, ou abaixo. Na linguagem dos pobres, “dá pra tirar o pé da lama”.
Nos limites da legalidade
Um parlamentar consultado pela coluna identifica nessa “manobra familiar” algo beirando a fraude eleitoral. Resta saber se o dinheiro do candidato pode e como iria beneficiar a candidata. Detalhe: Lena concorre com o antigo número de Nilson Pinto, 4590; ele adotou outro, 4578 – e Lena não será Ribeiro nas urnas, mas, Pinto. Lena Pinto.
Papo Reto
- Sabe-se agora: essa candidatura do professor Adolfo Neto, do Psol (foto), tem rabo preso desde o nascimento. Adolfo nasceu Adolfo Zaluth Oliveira Neto.
- É, segundo dizem, parente dos Zaluth e, por extensão, tem ligações com a família Barbalho. SE não é jogo de cartas marcadas, parece.
- As pesquisas eleitorais realizadas os últimos dias pela Doxa e pelo Instituto Veritate têm um grande descompasso nos números no caso da liderança da corrida eleitoral ao Senado
- Na Doxa aparece o ex- prefeito Manoel Pioneiro na cabeça, enquanto no Veritate o primeiro lugar está com ex- senador Mário Couto.
- Datalhe: as duas pesquisas eleitorais concordam em um ponto – a candidatura de Beto Faro ao Senado estacionou, ou melhor, estagnou.
- Enquanto a violência e o medo tomam conta de Mocajuba com tantos assassinatos e outras barbaridades sem esclarecimento, eis que Thaylon Gutemberg, secretário de Segurança Pública, protegido da secretária de Educação, Elieth Braga, transforma sua repartição em espaço de indecência, como mostra vídeo vazado nas redes sociais.
- O rapaz é “imexível” desde os tempos de prefeita de Elieth Braga. Ninguém ousa tocar no menino traquino.
- Em resposta aos que chegaram a divulgar a desinformação de que a queda nos preços dos combustíveis seria meramente eleitoreira, o governo federal manteve no Orçamento Geral da União de 2023 a previsão de redução de impostos sobre esses produtos.
- A produção de veículos cresceu inimagináveis 33,4% em julho, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores.
- Pequenos negócios geram 72% das vagas de emprego no primeiro semestre do ano. O desempenho das micro e pequenas empresas é superior ao das médias e grandes, que abriram 279,1 mil vagas nos seis primeiros meses de 2022.