Seguem na mesma ladainha os problemas espirituais e seculares na Diocese de Bragança, região nordeste do Pará, uma das mais tradicionais do Estado, fundada por padres Barnabitas – e não se deve responsabilizar o Papa Francisco por omissão. O Santo Padre fez o dever de casa ao nomear mais um bispo para a diocese, bispo coadjutor, empossado em abril deste ano, monsenhor da Arquidiocese de Belém, Dom Possidônio da Matta que, segundo corre à boca pequena, não só na cidade, como nos corredores da CNBB, “não entendeu a natureza da missão” e nada fez até agora. E os desmandos da administração gritam na Diocese de Bragança e região.
É público e notório na cidade que a diocese precisa reagir através de um gestor de pulso firme, mão de ferro e com personalidade capaz de enfrentar problemas de toda ordem, já que o bispo titular, Dom Jesus Berdonces, aos 70 anos, padece de sérios problemas de saúde. Por conta desse vácuo, porém, a diocese prenuncia um início de cisma, com a instalação de uma comunidade pseudocatólica dizendo-se Tridentina, que nega os Papados de Francisco e Bento XVI, a autoridade do arcebispo de Belém e dos próprios bispos de Bragança.
CNBB admite intervenção
No último domingo, a comunidade promoveu missa apócrifa no rito Tridentino, sob a liderança de Dom Rodrigo, vindo de São Paulo, considerado por grande número de fiéis “o verdadeiro pastor redentor da diocese”.
O fato é um agravante para a Bula de Interdição publicada há dois meses por Dom Jesus Berdonces contra Micherly Cardoso, ex-católico que agora afronta Dom Berdonces e Dom Possidônio com atos típicos de cisma. Observadores veem em tudo isso uma resposta de protesto dos fieis a malfeitos denunciados nas redes sociais da região em busca de explicação e reparação, a ponto de bispos perplexos da CNBB Norte 2 admitirem, ainda que timidamente, possível nova intervenção do Papa Francisco da diocese sem comando.
Enquanto isso, o povo católico sem sossego assiste a tudo com um misto de desprezo e sentimento de impotência.
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Nem a propósito
O médico e ex-prefeito de Bragança Nadson Monteiro é mais um profissional a deixar o Hospital Santo Antônio Maria Zacaria. É considerado um dos melhores obstetras do Pará. Oriundo de Santo Antônio dos Monteiros, Nadson Monteiro não recebeu a valorização que merecia no hospital, mas deixou um recado subliminar de despedida. Em Bragança, corre que a saída do médico tem tudo a ver com a gestão desastrada do hospital nos últimos meses, sem a interferência dos três bispos que ocupam lugar na combalida diocese.
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