Vem tragédia, vai tragédia – como a que enlutou, dias atrás, a população do Baixo Tocantins – e a Arcon consolida o pouco ou nenhum protagonismo na preservação dos pilares do bom transporte intermunicipal, sobretudo o hidroviário, onde cadáveres se amontoam sob sua silente omissão.
Como há mais de três anos a Agência não faz nenhum investimento em segurança e fiscalização do sistema e sequer construiu parcerias com o Ministério Público, Capitania dos Portos, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, a clandestinidade corre frouxa e generosa no Pará. Enquanto isso, a Arcon segue apenas cumprindo a macabra tarefa de lamentar mortes.
No setor rodoviário, a atuação da Agência também deixa a desejar. Há denúncias de superlotação, veículos circulando em estado precário e até sem licenciamento, mas a fiscalização só atinge esse setor de transporte de maneira episódica, como durante os feriados prolongados. No dia a dia, só mesmo os passageiros para contar a história.
Veja o vídeo.
Bandidagem faz do
Marajó seu novo porto seguro
Reprimido pelo Sistema de Segurança em Belém e grandes cidades do interior, o crime organizado envolvendo drogas, assaltos, comandos e delinquência passou a utilizar o Arquipélago do Marajó como esconderijo e rota de fuga quando cerco da policial aperta. Comenta-se até que tem prefeito conivente com traficantes em cidade antes calma e segura, agora transformada em mercado atacadista de maconha e pasta de cocaína.
A verdade é que a violência aumentou significativamente no Marajó, sem que o Estado tome providências mais enérgicas. Há que se criar comandos específicos para combater não apenas o roubo de gado, mas para fazer frente ao crescente poderio das organizações criminosas na região. O maior perigo está no período do verão, com o açaí em abundância, onde os jovens faturam um bom dinheiro, parte dele usado na aquisição de drogas.