Nascido na Aldeia Parkatêjê, do Povo Gavião, Bira Sompré, indicado adjunto da indígena Puyr Tembé, se elegeu vereador em Marabá em 2012, não se reelegeu em 2016 e perdeu em 2020, quando obteve pouco mais de 1 mil votos/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.
Ex-vereador de Marabá supostamente indicado ao cargo por lideranças políticas da região ‘carrega’ na animação e se exibe com bolo de dinheiro sem medo de ser feliz na Secretaria dos Povos indígenas
Das três novas secretarias de Estado criadas na nova gestão Helder Barbalho – a de Igualdade Racial e Direitos Humanos, a das Cidades e a dos Povos Indígenas -, que deverão funcionar, se Deus mandar bom tempo, em um imóvel alugado à travessa Mauriti com a avenida Romulo Maiorana, no bairro do Marco, em Belém, apenas as duas últimas têm, até agora, os respectivos titulares anunciados, embora não empossados.
A Secretaria das Cidades deverá ser entregue ao ex-prefeito de Piçarra Wagne Machado, já devidamente apresentado pelo governador em eventos políticos e nas redes sociais, e ao ex-presidente da Companhia de Portos e Hidrovias Abraão Benassuly, como adjunto. Para a Secretaria dos Povos Indígenas irá a indígena Puyr Tembé, do povo Tembé, e o ex-vereador de Marabá Ubirajara Sompré, indígena descendente da etnia Xerente, nascido pelas mãos de uma parteira indígena na Reserva Mãe Maria, na Aldeia Parkatêjê, do Povo Gavião. A indefinição de nomes recai sobre a Secretaria de Igualdade Racial.
Em Marabá, ontem, as redes sociais davam como certa, hoje, no Theatro das Paz, com a presença da ministra Sônia Guajajara, a posse dos novos secretários dos Povos Indígenas, informação que a coluna não conseguiu confirmar até o fechamento desta edição. Curiosamente, porém, também ontem, o secretário-adjunto, Ubirajara Sompré, se expôs nas redes sociais ao som do hit ‘Pega o Guanabara”, de Wesley Safadão.
Extrovertido que só ele
Engenharia ambiental formado pela Faculdade Metropolitana de Marabá, Sompré foi eleito vereador pelo Pros, em 2012, mas não conseguiu se reeleger quatro anos depois, então pelo PMDB, quando obteve pouco mais de 800 votos, nem em 2020, pelo Solidariedade, contabilizando 1.121 votos. Considerado articulado politicamente, foi conselheiro nacional de políticas indigenistas, representando os povos do Pará e representou os povos originários na ONU, em 2019, em defesa e proteção dos territórios indígenas do Brasil.
“Pegou o Guanabara” e veio
Sua indicação ao cargo na Secretaria é atribuída a lideranças da região sudeste do Pará, onde coordenou algumas campanhas políticas. Ao se exibir em vídeo nas redes sociais, o novo auxiliar do governo mostra que “Pegou o Guanabara” e veio, sem cerimônia, com poder e dinheiro.