Senador em fim de mandato foi traído pelo excesso de confiança dentro do próprio partido e conta os dias e as incertezas para redefinir futuro que, invariavelmente, passa pela eleição de Lula/Fotos: Divulgação.

Guardadas as devidas proporções, que, por óbvio, são abissais em alguns pontos, parece mais com o roteiro do clássico da literatura brasileira “Triste fim de Policarpo Quaresma”, em que Lima Barreto veste o personagem assim chamado com adjetivos pouco expressivos ou funcionais para a realidade atual. A vida imita a arte.

O fato é que ex-gráfico, ex-deputado e senador em final de mandato, o petista Paulo Rocha consegue, ao apagar das luzes, aprovar talvez um de seus mais importantes projetos –  a Lei Paulo Gustavo, de apoio à cultura brasileira – antes de voltar para casa e abrir a vaga única que cabe ao Pará na Câmara Alta, entregando-a, não necessariamente, a sucedâneo. Diferente do personagem  do escritor Lima Barreto, porém, os conflitos de Paulo Rocha são outros, embora tenham lá seu viés cultural.

Seja qual for o desfecho dos últimos dias dessa jornada, o político Paulo Rocha terá deixado um legado importante na vida pública brasileira, muito maior do que autorizar que a lei de sua autoria possibilite investimentos de quase R$ 4 bilhões em programas culturais País afora, com direito a cartilha ensinando o beabá para a obtenção dos recursos.

Confraria de tolos

Alijado da disputa ao Senado pelo mui amigo do mesmo partido, deputado federal Beto Faro, aliás, Beto da Fetagri, nome de batismo da sua carreira nas urnas – esse, sim, detentor de conflitos políticos que quer vencer, e agrícolas, que parece querer esquecer, mas não culturais, que não são a sua praia, Paulo Rocha caminha para o ocaso. Foi golpeado legal e publicamente e saiu moralmente abalado do pesadelo do qual sairia meses depois, mandando um cotoco épico de ‘apoio’ a Beto Faro.   

Escrito nas estrelas

Hoje, uma vez que, a menos de três meses da eleição que marcará a fronteira do seu destino na vida pública nacional, a  candidatura do adversário íntimo não decola, segundo as pesquisas eleitorais, resta a Paulo Rocha, na escuridão das horas, fazer figa pelo retorno ao poder  do amigo de fé e de jornadas históricas, o ex-presidente Lula da Silva.

Nessa fronteira ficará impresso o que todo político sabe de cor e salteado: nem tudo é o que parece ser.

Papo Reto

Divulgação
  • A coluna vende o peixe pelo preço que comprou: por que a secretária de Educação do Pará, Elieth Braga (foto) gasta fortunas para mandar roçar terrenos através de empresas amigas e não investe na recuperação da Escola Maroja Neto?
  • A sociedade precisa cobrar dos órgãos ambientais maior proteção ao Parque do Utinga, nascente dos mananciais de água de Belém.
  • No governo Jatene, ninguém protestou contra o alargamento da avenida João Paulo II, que tirou lascas de áreas verdes.
  • Fora o muro de proteção do parque que se encontram em estado lamentável, veem-se invasões para pontos comerciais e residências.
  • A centenária caixa d’água da Cosanpa, em São Braz, precisa de atenção. Está se deteriorando a olhos vistos e sepultando a história.
  • A reabertura do Estádio Mangueirão, prevista para ser feita em doses homeopáticas a partir do dia 12 de setembro, não terá jogo da Seleção Brasileira, como alardeado pela propaganda.
  • O torcedor paraense, sempre lesado, terá que se contentar com jogo pelo quadrangular da segunda fase da Série C do Brasileirão. De sorte que entre Paysandu e Figueirense, com todo o respeito.
  • Aliás, com a eliminação na Série C, o Remo amargará prejuízo entre R$ 3 e R$ 4 milhões até o final do ano.
  • A Petrobrás reduziu de novo os preços de venda de diesel para as distribuidoras. Desde sexta-feira, o preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras caiu de R$ 5,41 para R$ 5,19 por litro, redução de R$ 0,22 por litro.
  • Aliás, o Anuário do Petróleo mostra cenário positivo para o mercado. Maior estado produtor do País, o Rio de Janeiro é quem mais tem atraído a atenção dos investidores.
  • O consumo nos lares brasileiros encerrou o semestre com alta de 2,20%. Com o pagamento do pacote de benefícios aprovados pelo Congresso, 50% a 60% dos valores liberados pelo se destinam à cesta de consumo.