Prospecção na Foz do Amazonas rendeu prejuízos à empresa, que transfere equipamentos, segundo se comenta, por falta de perspectivas. Ongs como o Greenpeace, como sempre, levam a melhor/Fotos: Divulgação.
Tudo é muito difícil no Pará: há dinheiro distribuído a rodo para obras importantes tanto quanto a ‘influência do xixi da baleia na cor das águas dos oceanos’, mas a população, coitada, padece.
Cinco, seis anos atrás, quando as classes empresariais do Pará despertaram para o potencial energético da Foz do rio Amazonas, uma audiência pública promovida para defender a exploração de petróleo na região resultou ‘folclórica’, além de ter levado o debate do nada para lugar nenhum. Audiência anterior, no Estado do Amapá, foi ridícula. O Pará saboreia a triste sina segundo a qual quanto mais miséria, melhor. É histórico. Com a Petrobras de hoje, a história se repete.
Naquela audiência – para defender a exploração de petróleo na região -, o Greenpeace, organização que se dedica a eternizar a pobreza na Amazônia, seja da maioria ou da minoria da população, tirou, de apenas três municípios do Marajó, entre eles Soure e Afuá, uma possível arrecadação de royalties, decorrente da exploração de gás e petróleo na Foz do rio Amazonas, alguma coisa em torno de R$ 200 milhões por ano. Á época, o orçamento anual de Soure era de R$ 6 milhões. Os outros dois municípios não somariam R$ 15 milhões, juntos.
Cultura da miséria
O IDH do Marajó não é uma coisa que preocupa o Greenpeace. Importante é importunar. Brecar. Impedir. A dependência e a fome são figuras que o Greenpeace não enxerga. A Ong é tão competente nessa sanha a favor da pobreza que, naquela audiência, com mais de mil pessoas e apenas nove defendendo a exploração de petróleo e gás pela Petrobras na região, o Greenpeace plantou um coral no rio Amazonas, cujas águas, barrentas, sustentam apenas o que se sabe. O “coral” do Greenpeace era a peça de resistência do debate pelo qual a região é intocável. Para o professor e geólogo Luís Ercílio, não: presente na audiência, Ercílio desmontou o coral – mas isso é caso que a coluna conta depois de abastecer o carro. Pera aí…
Sem força para lutar
Agora, como que ‘jogando a toalha, a Fiepa reage à decisão do governo federal, através da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, contra a exploração da Petrobras que, sabiamente – tempo é dinheiro -, transfere seus equipamentos para outras plagas, fazendo de contas que não gastou um centavo na logística. Para um Estado que tem mais senadores e deputados do que precisa, a Amazônia é vítima de vergonhoso assédio econômico e moral, embora estuprada nas suas necessidades.