Deputado Chamonzinho, do MDB, está na alça de mira do Ministério Público por suposto esquema de “rachadinha” envolvendo funcionário de gabinete que opera como “agente parlamentar externo” e ao mesmo tempo ocupa cargo de gerente na Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado/Foto: Assembleia Legislativa.

De certo modo, o promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa de Belém, José Godofredo Pires dos Santos, atirou no que viu e acertou no que não viu. Conforme investigações levantadas pelo Blog O Impacto, o promotor pediu explicações à Assembleia Legislativa sobre a ficha funcional do servidor lotado na Secretaria de Ciência e Tecnologia, a Sectet, Miguel Cássio Gomes de Abreu, suposto elo de ligação de uma “rachadinha” operada a partir do gabinete do deputado Wanderson Chamon, o “Chamonzinho”, do MDB, e com fortes ligações com o governador Helder Barbalho. O servidor Miguel Cássio é servidor da Sectet, ocupa cargo de gerente, subordinado à diretoria encarregada da promoção de cursos técnicos da Secretaria, mas raramente visto no local de trabalho, fato que não representa, exatamente, um caso raro.

O que o promotor não sabia era que Miguel Cássio Gomes de Abreu aparece tanto na folha de pagamento da Secretaria de Ciência e Tecnologia quanto na da Assembleia Legislativa, nesse caso, como agente parlamentar externo. Quanto a esquema de “rachadinha” envolvendo o deputado Chamonzinho, são outros quinhentos, ao menos até a Assembleia se manifestar junto à Promotoria. O que se sabe é que a diretoria da Sectet onde Miguel Cássio está lotado opera como um apêndice da UFPA, provavelmente em função da sua especificidade técnica. Internamente, inclusive, há uma disputa arraigada pelo controle da diretoria da Secretaria comandada pelo professor Carlos Maneschy.