Moradores se assustaram com a ‘cheia’, mas o certo é que o comprometimento da malha de esgotos decorre da quantidade de lixo despejada nas esquinas do distrito sem recolhimento regular, a exemplo do que acontece na RMB/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

O senador Jarbas Passarinho costumava dizer que ‘a gratidão é um fardo que se despacha na primeira esquina’ – e levava a máxima tão a sério que a tinha afixada em um quadro na parede do gabinete de trabalho, em Brasília. Nos dias de hoje, invertendo a lógica do senador, a esquina – nesse caso, tratada no plural da Região Metropolitana de Belém – é o lugar de ‘despacho’ de tudo que o representa a gestão Ed 50: lixo.

O Distrito de Icoaraci experimentou, ontem, durante e depois da chuvarada que se abateu sobre a vila, a sensação de que estava se afogando; e esteve perto disso. A chuva botou no fundo não mais, como antes, apenas a periferia, mas também a região central do distrito, revelando a flagrante ausência da desastrosa administração municipal: a falta de manutenção da malha de esgotamento pluvial, que colapsou 100%.

Cada vez aumenta mais

Ultimamente, os alagamentos têm aumentado na vila, assustando moradores como o Manoel Porfírio, 70 anos: “Nunca tinha visto Icoaraci no fundo desse jeito; tem alguma coisa errada”, reclamou. A chuva começou por volta das 15 horas e seguiu, sem trégua e impiedosa, proporcionando um espetáculo dantesco ao empurrar aleatoriamente o lixo acumulado nas esquinas, inclusive nos pontos mais altos.

A rede de esgotos, totalmente colapsada, é o retrato de uma gestão que não sabe a que veio, mas planeja seguir, ante a boa vontade da população e aos olhos vendados dos órgãos de fiscalização, nesse caso, o Ministério Público e o Tribunal de Contas, a quem faz ouvidos de mercador, sem cerimônia.

Qualquer semelhança com a máxima do senador Jarbas Passarinho não será mera coincidência.

Papo Reto

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