O que se diz é que há muito mais intrigas e narrativas nebulosas nesse caso envolvendo a canetada do desembargador do Trabalho Marcos Lousada, anulando a eleição da diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Pará, a Fiepa, do que imagina a vã filosofia ou o próprio bom senso. Em qualquer caso, o desembargador tem a palavra.
Observadores supõem não haver elementos jurídicos legais na decisão do magistrado ao anular o pleito, vencido por goleada 22 a 6 pelo engenheiro e empresário Alex Carvalho, até porque, em outras duas ações anteriores, o próprio desembargador refutara a argumentação corrente nos discursos da oposição, comandada pela empresária Rita Arêas, presidente do Sindiroupas, que acusa o processo eleitoral de “viciado” por suposta “suspeição do Conselho de Representantes”.
Além do Sindiroupas, os sindicatos de Reparação de Veículos, Serviços de Carpintaria, de Paragominas e da Indústria Cerâmica, de São Miguel do Guamá, além do de Metalúrgica Mecânica e o de Construção e Mobiliário, de Castanhal, seguem na trincheira oposicionista tentando ‘melar’ a decisão da maioria da Fiepa, ou seja, a escolha de 22 sindicatos.
Fatores extra campo
O que mais se comenta nos corredores da Federação é que a frenética saga da candidata de oposição para cancelar o processo eleitoral esconderia “fatores extra campo” O que a empresária Rita Arêas teria conseguido reunir para o desembargador mudar de opinião, a ponto de decretar o cancelamento da eleição considerada legítima é objeto de outras tantas suposições. A avaliação dentro e fora da Fiepa é de que a oposição ‘pode estar pensando em tudo, menos na imagem e no destino da Federação’ que deseja presidir.
Duas coisas, no entanto, são certas no presente cenário político da Fiepa: primeiro, José Conrado segue no cargo de presidente até julho de 2023, através de uma prorrogação de mandato motivada pela pandemia. Segundo, mantém o discurso de união de todos em torno das grandes causas do setor produtivo, enquanto a Justiça decide o que fazer.
Entenda o caso
O desembargador da Justiça do Trabalho, Marcos Lousada Maia, decidiu anular a eleição ocorrida no dia 10 de agosto deste ano para formação da nova diretoria da Fiepa, além de declarar suspeitos todos os integrantes da diretoria e do seu Conselho de Representantes. O magistrado determinou ainda a formação de uma nova comissão eleitoral, constituída por cinco membros de fora do quadro da entidade.
Tratamento igual
O desembargador entendeu que o Estatuto da Federação não garante igual tratamento às chapas concorrentes, uma vez que permite que um dos grupos conduza o processo eleitoral. A decisão atendeu ao pedido de liminar do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas do Pará e outros, presidido por Rita Arêas, que encabeçava a chapa da oposição.
Em nota, a Fiepa informou que vai recorrer da decisão e ressaltou que o processo eleitoral foi feito com total lisura, respeitando o estatuto e regulamento eleitoral vigentes, e a vontade dos 29 sindicatos aptos a votar, dos quais 22 elegeram a chapa liderada por Alex Dias Carvalho. Segundo a Fiepa, apenas um sindicato não compareceu para a votação.
Papo Reto
- A coluna registra com pesar a morte de mais um destacado profissional da imprensa paraense, Guilherme Barra (foto), com quem este redator conviveu – e aprendeu muito – em “A Província” e no “Diário do Pará”.
- Muita gente, mas muita gente mesmo considera absurdo o valor cobrado pela empresa que explora o estacionamento do Hangar, durante a realização da Feira do Livro, que se encerra neste domingo.
- Independentemente do tempo de uso do espaço, que é público, os visitantes têm que desembolsar R$ 30 para estacionar seus veículos, valor que, convenhamos, nem de longe pode ser considerado preço de feira.
- O procurador de Justiça Cláudio Mello, relatou em sessão do Colégio de Procuradores, ontem, que no último domingo se sentiu importunado com carro de propaganda política estacionado na Doca com a Pedro Álvares Cabral.
- Disse aos seus pares que desceu do apartamento em que mora, dirigiu-se ao candidato que estava no local e se identificou como procurador de Justiça, ameaçando-o para reduzir o volume, sob pena de, inclusive, fazer uso de sua arma para silenciar o equipamento.
- O que não falta é denúncia envolvendo a Emater. A última dá conta de que o presidente da empresa é quem acompanha o deputado Vavá Martins em visitas a escritórios regionais da empresa cabalando votos.
- Funcionários insatisfeitos com o que entendem ser mais uma irregularidade em tempos eleitorais se dizem obrigados a ficar calados para não perder o emprego.
- Posto de combustível da Almirante Barroso com a travessa Lomas Valentinas vendia combustível a R$4,86 o litro, ontem.
- Representantes do Conselho Regional de Enfermagem sentaram à mesma mesa com o chefe de Gabinete do governador Helder Barbalho, Luiziel Guedes.
- Na pauta, o cumprimento do disposto na Lei 14.434/2022, que estabeleceu o piso salarial nacional da enfermagem.
- Durante o encerramento do Mês da Advocacia, a Escola Superior de Advocacia entregou o Prêmio Professor Zeno Veloso cerca de 20 pessoas que colaboraram na formação de operadores do Direito.