Logo depois que a Ponte de Outeiro foi interditada, por causa da queda misteriosa de um pilar até hoje não esclarecida e, portanto, sem nenhum culpado identificado, o governador Helder Barbalho se apressou em dizer que a obra seria executada em seis meses. Ganhou aplausos da população e de seus seguidores, inclusive o prefeito Edmilson Rodrigues. Passados mais de três meses do episódio, eis que o governador, do alto de um helicóptero – e bem ao seu estilo – fez pose para fotos nas redes sociais com a postagem de que presenciava a instalação da primeira estaca da reforma anunciada. Daí se conclui que, pelo ritmo da obra, o prazo de seis meses dificilmente será cumprido.
Nunca é demais lembrar que o valor inicial da reforma da velha Ponte de Outeiro era de R$ 65 milhões, mas que, como em um passe de mágica, caiu pela metade, segundo anunciou o próprio governador, depois das muitas críticas em relação ao valor inicial, bem maior até do que a nova ponte de 560 metros sobre o rio Meruú, inaugurada recentemente, mas que teve a obra iniciada ainda no governo anterior.
Sem acesso facilitado,
Museu do Marajó não se sustenta
De uma coisa o governador Helder Barbalho sabia quando reinaugurou o Museu do Marajó, obra que ainda não dá para chamar de sua. Turistas não iriam perder um dia todo para sair de Soure e Salvaterra e visitar o Museu, com tanta demora na travessia de balsa do rio Camará. E museu sem visitantes não se sustenta. Afinal, seu acervo é bem interessante para forasteiros, mas nada de novo para a comunidade.
Vem daí a pressão da população do Marajó pela abertura da rodovia de Cachoeira até Ponta de Pedras, considerada mais que justa e necessária. A obra permitiria a criação de um anel rodoviário no trecho Camará-Ponta de Pedras, com o qual ganhariam empresas de transportes, hotelaria, turismo e a população do arquipélago.