O reitor Emanuel Tourinho está no primeiro ano do segundo mandado na UFPA e segue acumulando desgastes por supostos “equívocos administrativos”, acordos quebrados com aliados da primeira eleição e sujeição a determinações do governo federal rejeitadas pela comunidade acadêmica/Foto: Divulgação.

Não se pode dizer que a Universidade Federal do Pará (UFPA) não tenha enfrentado – em sua trajetória de 60 anos – desafios de diversos matizes para se consolidar como a maior do Norte e uma das maiores do País.  Para se ter ideia, em número de alunos matriculados, a instituição está entre as cinco maiores do Brasil. As dificuldades orçamentárias parecem ser, de longe, o desafio mais recorrente.

Porém,  na gestão de cinco anos do professor Emanuel Tourinho,  a Universidade balança e se verga sob o peso de seguidas decisões gerenciais equivocadas,  a pretexto de torná-la uma “Harvard amazônica” –  corporação de doutores e pós-doutores que olha seus pares sem a mesma titulação com certo desprezo e enxerga apenas de soslaio a massa de estudantes desvalidos abandonados à própria sorte

No fundo, a UFPA padece de orgulho e vaidade desmedidos de seu núcleo de poder, à frente o próprio reitor Emanuel Tourinho,  agravada pelo inédito e espantoso loteamento de cargos públicos entre militantes profissionais do PT e do Psol. Na UFPA, abundam pró-reitores encastelados no poder há quarto anos,  o que representa um recorde considerado  danoso à estabilidade da administração. 

Comunidade acadêmica observa,  
mas destaque é “eminência parda”

Mais espantosos, porém, são os relatos de alunos e principalmente professores sobre o que está acontecendo no curso do primeiro ano do segundo mandato do atual reitor. “Excede em ousadia e ausência de pejo”, expressa um discreto integrante do Conselho Universitário. A referência é à suposta influência da “eminência parda” da Reitoria, Simone Neno que, por óbvio, não tem nenhum  vínculo oficial com a Universidade, mas é nada menos do que a mulher do reitor.

Chamada nos bastidores de “Rasputin de saias”, a “eminência parda” é tida e havida como a “verdadeira reitora e vice-reitora ad hoc”,  inclusive alijando as ações do próprio vice-reitor, professor Gilmar Pereira e demais pró-reitores. Recentemente, a situação chegou ao dantesco: a contratação de “assessoria” da professora Maria Ataíde,  a quem se atribuem métodos poucos ortodoxos de atuação, tema que os bons entendedores entenderão.