Se é verdade que a história é contada pelos vencedores, convém botar os pingos nos is, antes que seja tarde, na reportagem publicada com manchete de primeira página na edição de ontem do jornal “Diário do Pará” sob o título “Helder foi quem mais investiu em 27 anos no Pará”. A coluna não conhece os parâmetros adotados pelo governo do Estado para medir os investimentos durante menos de quatro anos de administração, mas, como investimento pressupõe obras, principalmente obras estruturantes, a informação começa a desmoronar, pois não se sustenta. A reportagem se baseia em dados do Caged/Dieese e tem pelo menos duas “pegadinhas”: ao se referir à geração de postos de trabalho, omite o mais importante – o saldo; ao apontar redução dos índices de pobreza, não menciona que o percentual está diretamente relacionado aos programas de transferência de renda do governo federal, não exatamente às ações do governo do Estado. Simples assim.
Dinheiro na mão é vendaval
O que se sabe é que nunca, jamais, em tempo algum um governo tomou empréstimos da magnitude de R$ 2 bilhões em tão pouco tempo e não tem uma obra estruturante sequer para chamar de sua, correndo para deixar como legado, reeleito ou não, dívida jamais vista da história republicana do Estado – sem contar que, em meio à pandemia, foi aquinhoado generosamente pelo governo federal a ponto de fazer compras equivocadas, assinar contratos suspeitos e acabar virando alvo de operações da Polícia Federal.
Até BRT continua no papel
A comparação é inevitável: em termos de obras estruturantes, o governo Helder Barbalho perde de longe para todos os governos chamados tucanos e para o governo de Ana Júlia, do PT, que gastaram relativamente menos e fizeram mais. O governo Helder não construiu hospitais, não construiu pontes, não construiu escolas, não construiu fábricas, não verticalizou produção em qualquer setor, enfim, fisicamente, não tem obras para mostrar. Então, para onde foram esses investimentos? Até mesmo o BRT Metropolitano, projeto estruturante deixado pelo governo anterior, com financiamento garantido e precisando apenas de empurrão, só foi retomado agora, em pleno ano eleitoral.
Bolsonaro, melhor governador
Na verdade, o governo Helder Barbalho não deve ser considerado o que mais investiu no Pará; muito pelo contrário. Por ironia, segundo os argumentos que a reportagem destaca, o melhor governador do Pará tem sido o presidente Bolsonaro, restando a Helder Barbalho a marca do governo que mais endividou o Estado – está mais para deixar como legado endividamento, má gestão e improbidade no trato da coisa pública.
Governador inaugura nesta
quinta ponte sobre rio Meruú
Operários que trabalharam na construção da ponte sobre o Rio Meruú, em Cametá, soltaram fogos em comemoração à finalização do piso de concreto da estrutura, que agora aguarda a presença do governador Helder Barbalho para a inauguração, nesta quinta-feira. A obra na prática elimina o uso de balsas na ligação de Belém com a região do Baixo Tocantins, reduzindo o tempo de acesso para os municípios de Igarapé-Miri, Cametá, Mocajuba e Baião, que era de uma a duas horas.
Sem querer assanhar o vespeiro: o projeto de construção da ponte foi entregue à atual pela administração anterior para conclusão em dois anos, conforme explica o ex-secretário de Transporte Kleber Menezes.
Veja o áudio: