Marinha diz que não tem R$ 1,5 milhão no orçamento para recuperar Farol de Taipu

Domingo, 15 de agosto de 2021

Dado como “destruído” pelos órgãos de fiscalização da navegação no Pará desde janeiro de 2019, o Farol de Taipu, que funcionava na região limítrofe entre Vigia e São Caetano de Odivelas, nordeste do Estado, não deve ser reconstruído tão cedo, apesar da sua importância para o transporte marítimo. O equipamento definia o limite para a guinada de rumo na entrada ou saída de navios de grande calado do Canal do Espadarte e era o limite para evitar o chamado banco de areia do Quiriri, que dá aceso ao Porto de Vila do Conde. Sem ele, a área virou zona morta, mas a Marinha alega não dispor no orçamento R$ 1,5 milhão necessários à recuperação. Bem, esse valor é quase nada diante do significado do farol, quando não representa o mesmo valor que um deputado consegue em emendas parlamentares para um clube de mães, com todo o respeito.

“L’État, c’est moi”

A célebre fórmula atribuída a Luís XIV, rei de França e Navarra, para se colocar acima de tudo e de todos parece estar em plena vigência em terras tupiniquins. É o caso, por exemplo, da decisão do superintendente do Sistema Penal, advogado Jarbas Vasconcelos, que ignorou solenemente recomendação do Tribunal de Contas do Estado e contratou serviços da empresa Vogue Alimentação e Nutrição, condenada como inidônea por tribunal federal três anos atrás. Jarbas tem prazo de 15 dias para explicar a desobediência.

Votação do IR

O deputado Celso Sabino confirmou à coluna que a votação do projeto que reformula o IR ocorrerá nesta terça-feira. Resistências de governadores, prefeitos e de um grupo de partidos provocaram o adiamento da votação. Entidades empresariais como CNI e Abrasca criticaram fortemente o substitutivo. Já o governo diz que o projeto cumpre os objetivos de melhora na neutralidade e progressão arrecadatória, a promoção do investimento e a geração de emprego. O presidente da Câmara, Arthur Lira, insistiu em pautar a reforma do IR, dizendo que já tinha votos suficientes para aprovação e criticou lobbies pelo adiamento.

Quem é quem

Quem está embolando o meio de campo do PSDB é o presidente da Executiva nacional, deputado federal Bruno Araújo, muito ligado ao governador Helder Barbalho. A ele se atribui o sinal verde dado ao deputado federal Nilson Pinto, que se bandeou para o governo do Pará. Outra parte do grupo do partido, a que aninha o senador Tasso Jereissati e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, defende a candidatura do ex-governador Simão Jatene ao governo do Pará e a 3ª.  via para a Presidência da República.

Terra do já teve

O Pará registrou, pasmem,  apenas um atleta nas Olimpíadas de Tóquio, na modalidade handebol, muito pouco para um Estado de quase 9 milhões de habitantes. Desde o governo Almir Gabriel, com o programa Fabricação de Ídolos, que oferecia bolsas para atletas e treinadores, e eventos esportivos de nível internacional, pouco se incentivou o esporte amador por aqui. Clubes, universidades  e empresas não veem o esporte como promoção e retorno financeiro e social. 

Bons exemplos

O Pará já foi destaque  no futebol, no vôlei de praia e no boxe, e a Secretaria de Esporte e Lazer do Estado promovia ainda eventos internacionais e os Jogos Indígenas de todo Brasil, sucessos absolutos. Estados como Paraíba, Sergipe e Bahia são exemplos de apoio ao esporte amador com amplos e bons resultados.

Futuro esquecido

Passadas as Olimpíadas, é sempre bom lembrar que a história do esporte em Belém tem na sua raiz o remo. Famílias se reuniam para torcer pelos atletas nas competições que ocorriam na Baía do Guajará, em frente da hoje celebrada Estação das Docas. Uma pena que na nova versão do Porto Futuro, com lançamento celebrado pelas autoridades da vez, não pensaram nem um naco de espaço para investimento em qualquer modalidade.

Talento da terra

Ainda no espírito olímpico, roda pelos grupos de zap do Brasil todo vídeo com jovens da Terra Firme, em Belém, fazendo diversas piruetas de tirar o fôlego de qualquer mãe. Com idades diversas, gravaram competição em que se apresentam saltando a partir de uma rampa improvisada e no chão batido, mostrando que, com um pouco de incentivo sério e contínuo os talentos tão decantados estão muito mais perto do que se imagina.

Na esteira

As categorias de base do futebol paraense já lançaram muitos ídolos nacionais e com carreira consolidada em times do Brasil e do exterior. Com a perspectiva do retorno do campeonato paraense das categorias de jovens, os clubes tradicionais se preparam para mostrar alguns atletas que vêm se destacando. O que se espera é que as condições de treinamento desses jovens respondam também à qualidade das instalações em que treinam porque, falando sério,  sucumbiriam diante da menor fiscalização.

Má digestão

O grupo de Whatsapp “CPJ Social” reagiu ferozmente à nota publicada na última sexta pela coluna sobre a criação de outro grupo, também de procuradores de Justiça do Estado, o “CPJ Cardápio”, para escolha do menu diário dos nobres procuradores. Esse último grupo teria morrido no nascedouro, depois da publicação da nota, tecnicamente indigesta, digamos, pois os senhores procuradores detestam esse tipo de exposição. Se de alguma forma ajudar, a coluna avisa a quem interessar possa: podem escolher e comer à la vonté. Veja o que dizem os procuradores sobre as informações da coluna. 

  • O Círio de Nazaré deste ano ganhará homenagem da Força Aérea Brasileira com a apresentação inédita do Esquadrão de Demonstração Aérea, a Esquadrilha da Fumaça.
  • O comandante do Comando Aéreo Norte, major-brigadeiro-do-ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, confirmou a apresentação aos diretores da Festa.
Divulgação
  • Na última quarta, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto (foto), convidou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para uma conversa. O general teria deixado claro o compromisso dos militares com a democracia.
  • Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas têm o “poder moderador” de resolver conflitos entre os Poderes e que darão “apoio total” às decisões dele.
  • Na montagem da proposta de lei orçamentária para 2022, o governo calcula em cerca de R$50 bilhões os recursos para programas sociais, como o Auxílio Brasil, e para aumentar a oferta de empregos na economia.
  • O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o governo pretende apresentar programa de economia voluntária de energia voltado para grandes consumidores até o fim deste mês.
  • A Câmara aprovou o projeto que permite as federações partidárias. Nelas, dois ou mais partidos podem se unir para disputar eleições. A minirreforma eleitoral pode caducar no Senado.
  • O novo programa Bolsa Família ficará dentro do Teto de Gastos, mas o receio com a PEC dos precatórios diz respeito à credibilidade fiscal.
  • Economistas dizem que a PEC propõe adiar os pagamentos, despesa que já demandaria medidas para não romper o Teto, independentemente da vinculação a programa social.
  • O presidente da CPI da Covid, senador Omar Azis, recomenda às famílias das vítimas da doença entrar com uma ação contra o presidente Jair Bolsonaro com pedido de indenização da perda do ente querido. O Brasil soma mais de 550 mil mortes.