Arrecadação de royalties cresce
35% e supera R$ 6 bi em 2020
Dados do Boletim Mineral 2020 da Associação de Municípios Mineradores de Minas Gerais apontam que a arrecadação da Cfem teve crescimento de 35% e bateu em mais de R$ 2 bilhões a arrecadação de 2019, de R$ 4 bi. Pará e Minas Gerais responderam por mais de 90% de toda a arrecadação nacional, com de R$ 3,112 bilhões (51,19%) e R$ 2,364 bilhões (38,89%), respectivamente. Dos dez maiores municípios arrecadadores da CFEM, três são paraenses: Parauapebas (25,24%), Canaã dos Carajás (19,71%), e Marabá (2,62%).
Nem se mexe
O polo passivo do atentado ao projeto de construção de um parque na área do Aero Clube – a construção de um posto de gasolina – atende pelo nome de Prefeitura de Belém, Infraero e o próprio Posto Gonçalves, apresentados como réus em ação na Justiça. Sob nova direção, a prefeitura pode mudar de status, pois o escritório de advocacia que patrocina a causa já pediu ao juízo chamar o Estado a compor a lide, se tiver interesse em defender e preservar a área que lhe foi cedida pelo governo federal e nada fez.
Terra gira
Comandante da Marinha brasileira enviou mensagem insólita de Ano Novo: “Conseguimos completar mais uma volta sideral sobre a eclíptica solar (foto) de forma elíptica, em torno da estrela sol, de carona sobre o planeta terra, a uma velocidade média de transladação de 108 mil Km/h e indo inclinadamente sobre seu eixo a uma velocidade de 1.667Km/h. Feliz ano Novo”. Feliz Ano Novo, comandante. Nada mais claro e transparente.
No batente
O ex-chefe de Gabinete do governador Helder Barbalho Parsifal Pontes, preso em operação da Polícia Federal – e agora livre -, continua dando as ordens. Ao emplacar o cunhado, ex-delegado-geral da Polícia Civil Alberto Teixeira na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, segue com plenos poderes nos bastidores, onde se diz que, “por saber tudo que o governo fez no verão passado” não pode ser descartado e muito menos desprestigiado.
A dois passos…
A Comissão de Valores Mobiliários condenou nesta semana a multas que somam R$ 39 milhões o ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky e dois operadores do mercado financeiro por fraudes praticadas contra o fundo de pensão dos Correios. Segundo a área técnica da CVM, o Postalis foi lesado em pelo menos US$ 16 milhões por uma triangulação internacional que vendia a seus fundos de investimento ativos com sobrepreço.
Do paraíso
Fabrizio Dulcetti Neves, sócio da gestora Atlântica, que teria arquitetado o esquema, foi condenado à proibição de atuar no mercado financeiro por uma década. Segundo o relator do processo, diretor Gustavo Gonzalez, aplicar multa a Dulcetti seria pouco eficaz, pois ele já havia sido condenado pela CVM a pagar R$ 111,4 milhões por fraude contra o Fundo.
“Pau te acha”
Cinco anos depois da “Operação Positus”, para investigar fraudes em recursos do Postalis, fundo de pensão dos Correios, a Polícia Federal tem a localização exata do operador Fabrizio Dulcetti, que vive livre, leve e solto em um paraíso fiscal no Caribe. O esquema gerou enormes prejuízos, mas sobrou dinheiro para muita gente, inclusive e principalmente no Pará, onde empresas e pessoas foram muito bem aquinhoadas.
Sim, prefeito
O prefeito Edmilson Rodrigues criou uma comissão para criar a comissão – perdão – o chamado Conselho da Cidadania, prometido na solenidade de posse. Três nomes – J.J. Paes Loureiro, Zélia Amador de Deus e Francisco Sidou, todos “cidadão destacados por amor e serviços prestados à cidade” – foram indicados pelo próprio prefeito. A Nova Comus não informa se o anúncio de criação do Conselho ficará para o aniversário de Belém.
Eleições à vista
No calendário político, com a posse, dia 1º agora, de prefeitos e vereadores, será dada a largada para as Eleições de 2022. Como resultado – ou prova – do início da campanha de 2022, começam a pipocar notas em colunas impressas e virtuais sobre “bois voando” e aliados de hoje que seriam rifados amanhã em uma composição com adversários de 2018. Só para lembrar: não é de hoje que o tucano conveniente Manoel Pioneiro não se bica com o democrata e também ex-presidente da Alepa Márcio Miranda.
Inimigos íntimos
Esse suposto acerto entre MDB e DEM tem raízes em São Paulo, mais precisamente no arraial tucano do pré-candidato ao Planalto, governador João Doria. Tudo por aqui está sendo articulado para Pioneiro dominar o PSDB e alijar o ex-governador Simão Jatene do poder decisório central. A equação depende de tempestades perfeitas – para ambos os lados, pois há ainda a variável STJ-respiradores nos calcanhares governistas.
Sonho meu
Por uma dessas coincidências, bastou o jornalista Ronaldo Brasiliense escrever que o candidato derrotado ao governo em 2018 fora sondado a escolher uma entre duas candidaturas – vice ou senado – na chapa majoritária de Helder Barbalho para, dias depois, aparecer nas redes que o ex-prefeito de Ananindeua tivera garantida sua candidatura à Câmara Alta na vaga única disponível por ninguém menos que o senador Jader Barbalho.
Ora bolas!
No frigir dos ovos, dizem que o atual vice, Lúcio Vale, está de malas prontas para aportar no TCM, e o PSD, partido do 1º suplente de Jader, Helenilson Pontes, como não tem voto – e ainda abriga o inimigo n º 1 do governo Helder, Eder Mauro -, que se contente com a suplência. Suplência? “Primeiro suplente” deveria ser o 3º mais votado, posto que na legislatura 2019-2026 são disponibilizadas apenas duas vagas.
Erro de cálculo
O “Bom dia Pará” mostrou reportagem dia desses dizendo que o segmento de turismo no Pará “não foi dos piores” em 2020. Deu chabu. Primeiro que a reportagem aponta uma base de trabalhadores do setor em torno de 13 mil pessoas, quando não chega a 6 mil. A distorção estatística caiu sobre a mesa de análise da Secretaria de Turismo do Estado, que garante não ter sido ouvida. O balanço do ano só estará disponível nesta semana.
Não empina
Se o Pará de fato pretende desenvolver a indústria de turismo tem que profissionalizar o setor. Em Salinas, o turismo é “empreendido” por oportunistas. Leitor da coluna fechou pacote com uma pousada em Cuiarana, pagando R$ 1,5 mil pelo mesmo período que, nos dias que antecederam a virada do ano, cobrava-se R$ 3 mil. Para não ficar por baixo, o vendedor de mexilhão, acredite, informou que o produto estava escasso nos mercados porque catadores que receberam abono do governo pararam de trabalhar.
- Miguel Wanzeller Rodrigues, ex-diretor-geral do CPC Renato Chaves na gestão Ana Júlia Carepa estaria cotado para ser o diretor do Instituto de Criminalística.
- A indicação seria fruto do acordo com os partidos de esquerda, com apoio do deputado federal José Priante, candidato derrotado na corrida pela Prefeitura de Belém.
- Em tempo: o irmão de Miguel Wanzeller, conhecido como “Alemão”, é assessor do deputado José Priante na Câmara Federal.
- A conversa concorrente nos quartéis da Polícia Militar dá conta de que o governador Helder Barbalho teria convocado o comandante Dilson Jr para uma conversa.
- Entre os apoiadores do Arcebispo Metropolitano de Belém em meio à onda de denúncias sobre supostos abusos sexuais cometidos pelo líder da Igreja Católica no Pará há dois advogados de peso na balança jurídica nacional.
- Para eles, o tal sigilo imposto às investigações, tanto no Estado quanto em Roma foi rompido com a reportagem apresentada pela Rede Globo, no último domingo.
- Daí vem a ideia de quebra dessa condição, como forma de dar a Dom Alberto Taveira oportunidade de se defender de maneira mais direta. Os acusadores já o fizeram no Fantástico, ao modo deles.
- Causou profundo mal estar entre os secretários da gestão Zenaldo a entrevista concedida pela nova titular da Sesan, Ivanise Gasparini, ao “Bom Dia Pará”, desqualificando o trabalho da Secretaria que acabou de assumir.
- Entre outras coisas, a nova secretária disse, com todas as letras, que “até papel higiênico não foi encontrado e os servidores tinham de comprar…”
- A “Nova Comus” teria orientado repórteres remanescentes: com ED 50, os textos devem ser mais ‘politizados’, ressaltando o “governo do povo” e “a gestão de novas ideias”.
- Tem repórter gravando até suspiro dos novos secretários, caso seja cobrado sobre “politização”. Sabe lá, né? Seguro morreu de velho.
- Aliás, Edmilson nomeou uma líder comunitária diretora na Codem, exatamente na área que trata dos projetos de reforma do Mercado de São Braz e Espaço da Palmeira.
- Marcos Cantuária volta a comandar a área Jurídica da Câmara de Belém. Michele Nunes assumiu a Diretoria Financeira e Bruninha – assim ela se apresenta -, a Diretoria Geral.
- Alguns contribuintes do quase milionário “bicho” do clássico Re x Pa não querem seus nomes na relação, mas não por causa do Fisco. É medo das esposas.
- Depois de nota da coluna dando conta de que sairia da cena política, o vice-governador Lúcio Vale voltou a aparecer em fotografias ao lado do governador Helder Barbalho.
- Diogo Seixas Conduru foi nomeado pelo presidente da República para compor o TRE, vaga decorrente do término do mandado de Alexandre Buchacra. Ambos são advogados e ocupavam vaga destinada à advocacia na Corte.
Coronavírus
Com qual vacina? Imunização já.
Pedro Vasconcelos*
As vacinas, ao longo da história da humanidade têm salvado a vida de centenas de milhões de pessoas, bem como evitado as sequelas de doenças com evolução grave, como a poliomielite e meningite meningocócica, para ficar nesses exemplos. Portanto, com a emergência da doença causada pelo novo coronavírus associado à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV2), denominada Covid-19, ficou clara a necessidade de desenvolvimento de uma vacina para tentar diminuir a incidência da pandemia. Foi fantástica a resposta das grandes corporações e de novas empresas de biotecnologia na utilização de novas abordagens tecnológicas para o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19.
Diversas abordagens tecnológicas foram usadas para o desenvolvimento de vacinas, incluindo a clássica plataforma usando vírus inativados (= vírus mortos ou não infecciosos), que é a vacina Coronavac, passando por plataformas baseadas em vetor viral para vacinar com um fragmento de DNA (vacina da Oxford-Astrazeneca), usando a proteína de envelope conhecida como Spike (vacina Sputinik), até a inédita plataforma de RNA mensageiro (mRNA), representada pelas vacinas da Pfizer e da Moderna. Existem muitas outras abordagens para tentar a vacina ideal, mas com o mesmo objetivo, que é impedir a expansão da pandemia mediante a imunização da população. Portanto, imunizar importa, e qualquer das vacinas ofertadas pode ser utilizada.
Qual a melhor vacina? Ou melhor, qual a vacina ideal? Seria a vacina que com uma única dose imunizasse a pessoa, mas todas as vacinas atualmente disponíveis e em uso em muitos países utilizam duas doses, sendo que as vacinas de mRNA, aparentemente, têm sido apresentadas como as de maior proteção (95% de eficácia), com o inconveniente de necessitar de uma rede de frio de ultrabaixa temperatura (-70° C) para preservar. Quaisquer das vacinas disponíveis podem ser e estão sendo utilizadas. Em alguns países como os EUA, mais de uma vacina têm sido usada para vacinar a população, o mesmo tem sido visto no Reino Unido, e deve ocorrer também o mesmo aqui no Brasil.
Não existe nenhuma dúvida de que é preciso imunizar a população mundial o mais rápido possível e, no caso do Brasil, o segundo país com maior número de casos (cerca de 8 milhões) e de óbitos (quase 200.000 mortes) durante a pandemia, os números são impactantes e mostram que a vacinação imediata deve ser a única alternativa que pode não somente frear a expansão da pandemia, mas encerrar a ocorrência de casos no Brasil se as vacinas forem usadas de forma racional e seguindo um plano adequado priorizando os grupos mais expostos (profissionais da saúde e segurança ) e mais vulneráveis (idosos e portadores condições imunodepressão).
Uma palavra final sobre as vacinas que tem salvado vidas há mais de 200 anos: a varíola foi a primeira doença que dispôs de uma vacina e é a única doença erradicada do planeta, e a humanidade se encaminha para a erradicação dos três poliovírus causadores da poliomielite. No caso da Covid-19, a única esperança para salvar vidas, já que todos os medicamentos propostos e testados (cloroquina, antibióticos, etc.) se mostraram ineficazes e sem efeito sobre a evolução da doença, o que é frustrante e decepcionante. Somente a vacinação vai salvar vidas, além, é claro, dos esforços médicos no tratamento de suporte dos casos graves.
*Pedro Vasconcelos é infectologista, ex-diretor do Instituto Evandro Chagas e professor da Uepa, em Belém.