Peregrinação da imagem de São Benedito cumpriu seu papel, mas depois foi entregue à própria sorte: retornar de ônibus até Belém, sem recepção e sob os cuidados da empresa, que a devolveu à diocese, em Bragança/Fotos: Lucas Borges, Sônia Balady e Museu de Arte Sacra SP.
Por Olavo Dutra
Visita autorizada pela Diocese de Bragança levou séquito com prefeito Raimundo Oliveira, o vice, Mário Júnior, e o secretário de Turismo do Estado, Eduardo Costa, que foi e voltou de avião, mas deixou a imagem no terminal rodoviário, inclusive em Belém.
A noção de que ‘de boas intenções o inferno está cheio’, que remete ao fato concreto de que não basta ter boas ideias, mas fazê-las – e bem -, se encaixa perfeitamente na decisão da Diocese de Bragança de autorizar o traslado da réplica da imagem de São Benedito, equivalente à imagem peregrina da Virgem de Nazaré, no final do mês passado, para participar da ‘Exposição Esmolação’, no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
São Benedito, por assim dizer, chegou acompanhado de uma carta da diocese destacando ‘a honra’ dos devotos bragantinos por ter essa manifestação religiosa – a festa de São Benedito e a Marujada – e cultural reconhecida nacionalmente. O séquito incluía o prefeito Raimundo Oliveira, seu vice, Mário Júnior, e o secretário e Turismo do Pará, o ex-deputado Eduardo Costa – aquele que, ao ser convidado ao cargo, leu o ‘manual de instruções’ a caminho do gabinete do governador para se inteirar das funções da pasta -, além de mais seis ou sete pessoas.
Poltrona para o santo
São Benedito embargou em Belém em avião de carreira, conduzido até a capital com pompa e circunstância – sob a responsabilidade do curador do Museu de Arte Sacra, Lucas Borges da Silva, veículo particular e segurança da Guarda Municipal de Bragança. Nessa fronteira estacaram os salamaleques de praxe em território paraense, mas, como qualquer passageiro de primeira viagem – ou como o ministro corpulento que se queixou do tamanho das cadeiras do avião -, o voo ‘incomodou’ o santo, ou melhor, os devotos que o sentiram ‘desconfortável’.
Embora em altitude de cruzeiro, um temente a Deus observou que a imagem de São Benedito fora mal acomodada na poltrona, sem os cuidados que requer uma obra de arte, mesmo sendo réplica, a mesma que peregrina pelas cidades da região bragantina nas festas do santo. Geralmente, esses traslados exigem logística de preservação, mas ninguém se tocou para esse detalhe – e São Benedito desembarcou em São Paulo, com direito à recepção no aeroporto, mas frio, como a imagem, ao contrário do séquito, honrado, feliz e sorridente.
Passagem pelo metrô
Foi intensa a programação do Santo na capital paulista. Acolhido na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, saiu para o tradicional Museu de Arte Sacra e, depois, para o metrô, local da exposição, onde o promotor do evento, fotógrafo Alexandre Baena, apresentou a devoção ao Glorioso São Benedito de Bragança. Ao final e ao cabo, todos se manifestaram entusiasmados e ‘com o sentimento de dever cumprido’, não necessariamente o santo.
Pega o Guanabara e volta
Após fotos e sorrisos, o séquito tomou o rumo do aeroporto e embarcou de volta, mas ao Glorioso São Benedito restou viajar de ônibus – de São Paulo à Belém e de Belém a Bragança, graças à piedade alheia, porque no terminal rodoviário não havia carro particular, nem Guarda Municipal, nem autoridades, para espanto de quem via a arrumação. A própria empresa se encarregou de entregar a ‘encomenda’ à diocese.
Qualquer semelhança com o hit “Pega o Guanabara e vem” não será mera coincidência, com todo respeito a São Benedito.
Papo Reto
Ricardo Balestreri (foto), ex-titular da Secretaria de Articulação da Cidadania do governo do Estado, substituído pelo deputado Igor Normando, está lotado no gabinete da deputada federal Renilce Nicodemos, como secretário parlamentar.
Realmente, a Prefeitura de Belém consegue “inovar no atraso” quando se fala em engenharia de tráfego ou asfaltamento de vias.
E não é que a PMB asfaltou a avenida Senador Lemos, que estava com boa conservação e passou o asfalto por cima de uma lombada já existente próxima à travessa Mauriti.
Nada adianta uma via com uma maquiagem nova e com os mesmos entraves que retêm o já quase parado trânsito de Belém.
Nesta terça-feira, a Assembleia Paraense promove assembleia geral para tratar da reforma estatutária. A ideia é enquadrar o clube à Lei Pelé e se habilitar aos recursos de incentivo ao esporte.
A sessão só será aberta com quórum mínimo, com chamadas às 19 horas e às 20 horas.
Dois policiais militares circulavam em uma noite dessas pela avenida Presidente Vargas, próximo à Praça da República, na moto DDV 3861, sem capacete. Mau exemplo.
O caso dos veículos do serviço público em geral, deveriam obrigatoriamente trazer o sê-lo do “uso exclusivo em serviço”.
Mas, como se sabe, essa prática foi abolida justamente para favorecer diretores de órgãos e autarquias que usam os veículos particularmente.
São vistos com frequência em shopping-centers, salões de beleza, faculdades, restaurantes e até nas praias, com o cuidado de não ‘afogar’ o veículo.
Ginásio de Esportes do Instituto de Educação do Pará, à Praça da República, como as praças de Belém, passa à noite com as luminárias ligadas.
O Ministério Público apura formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro no serviço de coleta de lixo.