Stefani Henrique e o prefeito Edmilson Rodrigues: relações de amizade antigas e o futuro de Belém, cidade com mais de 1,5 milhão de habitantes, entregue nas mãos do segurança/Fotos: Redes Sociais-Whatsapp.

Se há um adjetivo que a prudência recomenda não imputar ao assessor do gabinete do prefeito Edmilson Rodrigues, Stefani Henrique, é o de mentiroso. Que é ousado parece não haver dúvida, como se fosse um arquivo vivo que o próprio prefeito, não exatamente sua gestão e muito menos o Psol, seu partido faz questão de preservar. Dois áudios encaminhados à coluna – impublicáveis pela linguagem chula, digna dos seguranças mal preparados para o ofício – dão a exata medida da suposta influência que o guarda-costas alega exercer sobre o Ed 50.

Um deles trata de uma discussão com Jean Farah, irmão de Pablo Farah, depois do episódio de agressão a uma mulher na reinauguração do Ver-o-Rio.

– Eu não vou brigar contigo, tu é um velho… um ancião… Um soco tu morre… Nem o Pablo… ninguém da tua família quer, rapaz… O pessoal da Polícia de Mosqueiro quer te dar porrada. Sai daí, maconheiro safado…”

No áudio seguinte, Stefani avisa, provavelmente para Jean Farah:

– Sou o homem mais importante do Ed, rapaz; como ele vai me exonerar? Tu é doido do teu…?”

Amigos desde sempre

Stefani Henrique é um quadro antigo do grupo de Edmilson. Saiu do PT, foi para o Psol; saiu do Psol, foi para a Rede, de onde foi expulso acusado de misoginia, – e voltou para o Psol, mas nunca rompeu o vínculo pessoal e de confiança com Edmilson Rodrigues.

Nos governos anteriores de Edmilson, Stefani Henrique tinha sob a sua responsabilidade um departamento chamada Coordenadoria de Relações com a Comunidade, ligado à Secretaria de Planejamento. Era autônomo e dirigia o Orçamento Participativo. Retornou agora com a mesma força. É o coordenador das estruturas de mobilizações social e recruta lideranças, que ganham cargos em troca da fidelidade “ao projeto”.

Quem procurar vai encontrar nas redes dele a presença de Edmilson em festas familiares do jagunço. Internamente, dizem que Stefani se tornou o principal conselheiro do prefeito. Resumindo, Stefani Henrique está para Edmilson Rodrigues como Gregório Fortunato esteve para Getúlio Vargas: o segurança íntimo que pode fazer tudo pelo chefe, inclusive o inimaginável.

“Tá selado”, “Tá ferrada”

E pensar que o Orçamento Participativo de Belém, que nada mais é do que a seleção e montagem dos planos de investimentos de uma cidade com mais de 1,5 milhão de habitantes passa diretamente pelos interesses de Stefani Henrique, não de sua excelência o prefeito e seus secretários, dos menos aos mais qualificados, como Cláudio Puty. O futuro de Belém “Tá selado”; a população, coitada, “Tá ferrada”.