A polêmica discussão sobre o controle – ou seria descontrole? – dos sistemas de interceptação telefônica pelas Secretarias de Segurança Públicas dos Estados – assunto levantado em Belém pelo Portal Ver-o-Fato – tem a ver sim com o governo do Pará. A questão foi descortinada pela “Operação Éris”, da Polícia Federal, que e envolveu, em outubro, o governador afastado do Tocantins Mauro Carlesse, do PSL. Segundo o Ver-o-Fato, àquela altura, a PF identificou que o núcleo responsável pelas interceptações não fazia parte da estrutura administrativa da Polícia Civil do Tocantins, mas era operado pela Diretoria de Inteligência e Estratégia, vinculada à Secretaria de Segurança do Estado.
Equipamento oferece
riscos em mãos erradas
No Pará, como se sabe, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social comprou, da empresa Dígitro, o sistema de interceptação denominado de “Guardião”, disponibilizou o equipamento à Corregedoria da Polícia Militar, mas colocou alguns canais à disposição da Secretaria-Adjunta de Inteligência e Análise Criminal da Segup. Na avaliação de delegados da Polícia Civil ouvidos pela coluna, “é inadmissível haver equipamento de interceptação fora da Polícia Civil”, pelo risco de esses equipamentos serem utilizados – se já não estão – para fins políticos, o que os tornam perigosos para o cidadão e os opositores do governo.
Gravidade da situação
exige posição do MP e da Alepa
Delegados consideram a situação “tão grave” que mereceria o acompanhamento do Ministério Público e da própria Assembleia Legislativa. Entretanto, parece que ambos não estão preocupados ou têm verdadeiro pavor de investigar ações do governo do Estado, haja vista a bateria de ataques do grupo de comunicação da família do governador.