Em 2018, o Regional de Conceição do Araguaia operava com R$ 1 milhão por mês e oferecia serviços de qualidade. Hoje, com quase R$ 4 milhões, incluindo verba “extra” repassado pela Sespa em novembro, o serviço é sofrível/Divulgação.

Exemplo clássico da “operação desmonte” imposta pelo governo à malha de saúde pública do Pará vem do Hospital Regional de Conceição do Araguaia, que até 2018 recebia pouco mais de R$ 1 milhão por mês para todas as despesas, com atendimento de qualidade aos pacientes dos 15 municípios da região sul-sudeste do Estado. Feudo intocável do prefeito Jair Martins, do MDB, envolvido até os cabelos em incontáveis denúncias de falcatruas, o hospital vive situação de penúria plena – falta de medicamentos, plantões mal explicados e carência de leitos, muito embora tenha passado a contar, na atual gestão, com um orçamento 150% maior: R$ 2,5 milhões por mês, segundo o Portal da Transparência. 

Sem planejamento
e sem transparência

Quem passou ou passa pelo hospital afere que “a quantidade e a qualidade do atendimento caiu absurdamente”, como diz o paciente A.J.J, que a muito custo conseguiu internar um filho. E, para surpresa geral,  eis que, em novembro, a Secretaria de Saúde do Estado fez um destaque orçamentário extra, aumentando o orçamento para R$ 3, 9 milhões para “gastos no combate à Covid-19″. Mas, sem planejamento para lidar com a dinheirama, o hospital “virou império do improviso e da falta de transparência”, denuncia um servidor.

Hospital de “mentirinha”  
é enfeite em Castanhal

O Hospital Regional de Castanhal é outra piada na saúde pública. Dia desses, a organização social que administra a unidade, aliás, de propriedade de família bastante conhecida no Pará, se juntou à Sespa para anunciar, com pompa e circunstância, e uma tal mudança de perfil no atendimento que a população de Castanhal e de toda a região nordeste do estado ainda não – e haja dinheiro público despejado. Sequer a prometida abertura de leitos de UTI para cardiologia se materializou. As carências atingem pacientes que precisam se submeter a exames de ressonância magnética – não há aparelhos -, serviços de traumatologia e oncologia e também não há leitos. “Fiscal do povo” que é bom, nada.

Papo Reto

Divulgação
  • Não convidem para a mesma rodada de prosa a diretora do Departamento de Vigilância Sanitária de Belém, Alessandra dos Santos Figueiredo (foto), e donos de farmácia da capital.
  • Conhecida por um estilo “arrogante”, a diretora, amiga do prefeito Edmilson Rodrigues, estaria ignorando até mesmo deliberações do titular da Sesma, médico Maurício Bezerra.
  • Os empresários classificam de “exigências descabidas” as recentes cobranças de ajuste de conduta no setor.
  • Veja como são as coisas: o governador Helder Barbalho mandou a Cosanpa quebrar metade da cidade de Belém gastando R$ 250 milhões e agora quem tomar R$ 800 milhões dos bancos privados para tapar a buraqueira.
  • As voadoras brasileiras emplacaram 45,3% de aumento nos preços de suas passagens aéreas no terceiro trimestre deste ano, com pandemia e tudo.
  • Segundo a Anac, o valor médio da tarifa doméstica real ficou em R$ 539,93, já com o desconto da inflação maior para o trimestre desde 2013. Um escárnio.
  • Nada menos do que R$ 16 milhões é quanto o Fortaleza vai ganhar somente por ter se classificado para a fase de grupos da Copa Libertadores.
  • Há não muito tempo o Tricolor do Pici purgava a série C, mas, com profissionalismo e planejamento disparou e se estabilizou na elite brasileira, tendo o ex-Paysandu Pikachu como um dos seus destaques.
  • A área de caixas eletrônicos 24 horas de alguns bancos está servindo de abrigo  noturno a mendigos e assustando clientes. O Santander da Doca é uma delas.

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