O prédio alugado pela Secretaria, à Conselheiro Furtado, 2520, só foi ocupado oito meses depois do aluguel, mas apresentou problemas e passa por reforma, tendo virado cenário para furto inusitado sob investigação da Polícia Civil, até agora/Fotos: Divulgação.

A Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado virou centro de inusitada investigação da Polícia Civil sobre o furto de equipamentos por um servidor terceirizado, bem apessoado, diligente, caprichoso e qualificado em diversas funções. A ele se atribui a responsabilidade pelo sumiço de 21 computadores Bell no domingo, 20 deste mês, durante trabalhos de reforma do prédio alugado pela Secretaria, à Conselheiro Furtado. Dependendo da procedência do equipamento – se tiver ligação com verbas federais, por exemplo -, o caso deverá envolver a Polícia Federal.

Sucessão de erros

O furto resultou de uma sucessão de erros, excesso de confiança dos administradores da Secretaria e, rigorosamente, desleixo, segundo informações obtidas pela coluna. Depois de alugar o prédio, a Secretaria pagou pelo contrato durante cerca de oito meses até se mudar, levando servidores e tralhas, e perceber que o imóvel apresentava graves problemas de infiltração no telhado.

Bastaram as primeiras chuvas para os problemas se precipitarem. Em uma delas, o forro desabou em uma sala, seguindo-se outros desabamentos e a sábia providência de acionar o dono do imóvel para as devidas reformas.

Engenharia torta

Porém, engenheiros da própria Secretaria optaram por contratar o personagem que, além de trabalhar na reforma, ganhou confiança geral e passou a cuidar da manutenção de equipamentos como se servidor fosse e foi ficando até o infausto domingo. Sem vigilância e sem câmeras de segurança, a Secretaria só chegou ao nome do terceirizado depois que investigadores da Polícia Civil requisitaram imagens captadas por câmeras da vizinhança.

Garoto esperto

Nelas, o bom moço, que trabalhava na reforma naquele domingo, aparece saindo do prédio da Secretaria, várias vezes, com sacos para depositar o que parecia ser entulho no contêiner instalado nas calçadas quando um casal, do outro lado da rua, sinalizava positivamente par ele para fazer a ‘coleta’. O total de entulho soma, até agora, 21 CPIUs que, se foram comprados com dinheiro do Pronatec, vão exigir a presença da Polícia Federal nas investigações.