Nada que uma “ordem superior” não ajude a resolver; ou quase. Fontes da Secretaria da Fazenda do Estado garantem que a equipe de fiscais itinerantes de Mercadorias em Trânsito, comandada pelo auditor fiscal Amadeu Fadul, deslocada para uma série de operações na região sudeste do Pará, foi orientada a deflagar uma operação ‘Pente Fino’, no Posto de Fiscalização de Itinga, em Dom Elizeu, como resposta às denúncias de suposta interferência no trabalho da equipe que atua permanentemente na região. Dito e feito.
Ordens vieram ‘de cima’
A orientação para ‘apertar o torniquete’ teria partido diretamente do diretor de Fiscalização da Secretaria, Paulo Veras, ao auditor fiscal Amadeu Fadul, de ordem do secretário Renê Júnior, ele mesmo instado por forças superiores sobre os desarranjos na fiscalização.
A operação ocorreu ontem, mas ainda não funcionou a contento, segundo as fontes da Secretaria, de vez que a equipe itinerante teria sido orientada, no local, para fiscalizar o trânsito de mercadorias no Posto Fiscal, instalada em guaritas, perdendo de braçadas para a esperteza de condutores de cargas irregulares que abundam na região e escapam do Fisco através de ramais e acessos clandestinos.
Fiscalização paralela
Segundo informações encaminhadas à coluna, cargas ilícitas ou com ilicitudes – madeira, bebidas quentes, cigarro e produtos chineses, entre outras – são desviadas basicamente por um ramal que passa por trás do Posto Fiscal de Itinga e por outro, localizado no quilômetro 56, entre os municípios de Dom Eliseu e Rondon do Pará, onde a equipe de fiscais itinerantes não montou barreira.
Nesses dois pontos, porém, agentes da Polícia Rodoviária Federal garantiram o controle da fiscalização e não deixam lugar para chacotas, apreendendo cabos de vassoura e cargas de menor valor: operações ‘pente fino’ ocorrem corriqueiramente.