Rodovia onde o tráfego é superpesado recebeu recapeamento e, há dez dias, uma operação tapa-buracos, mas segue intrafegável em diversos trechos. Secretaria de Transporte paga serviço de R$ 1,99 por milhões de reais/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

O Pará real que a grande mídia não enxerga e por isso não mostra, abriga situações de calamidade pública, socializa a insegurança e distribui prejuízos financeiros. É o caso da PA-287, que liga Conceição do Araguaia a Redenção, no sudeste do Pará, e não integra a lista de privatizações do governo do Estado.

Não faz tempo, a rodovia recebeu recapeamento asfáltico, ao um custo de R$ 21 milhões. Depois disso, dez dias, quinze dias atrás passou por uma operação tapa-buracos, mas hoje apresenta trechos como mostra o vídeo, gravado domingo.

Leva-se 1h40min e até mais para percorrer os 90 quilômetros da rodovia. Razão pela qual o capixaba José Pedro Rios, 46, caminhoneiro, desabafa: “Nunca vi tanto descaso com essas rodovias no Pará; chega a ser revoltante ver tanto dinheiro saindo pelo ralo e ainda ter que enfrentar tantos prejuízos”

As rodovias paraenses são um sangradouro de dinheiro público debitado na conta da Secretaria de Transportes, dirigida pelo ‘amigão’ do poder, Adler Silveira. A ele se atribui a má qualidade da pavimentação – massa de no máximo 5 centímetros de asfalto para caminhões super pesados, quando deveria ser de dez centímetros. A rodovia em questão não recebe muito tráfego, mas, em compensação, o que recebe é superpesado: minério, gado e soja, entre outros.

Então, a política do “buraco por todo o Pará” prospera, com aditivo sobre aditivo e um derrame de verbas públicas jamais vistos em tempo algum.