A suspeita – pertinente – de que o governador Helder Barbalho e o senador eleito Beto Faro passarão o rolo compressor no PT no Pará é apontada como motivo de reunião virtual marcada hoje por lideranças do partido no Estado, a pretexto de ‘discutir rumos’ após a eleição do ex-presidente Lula no segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro. Exemplos desse ‘rolo’ abundaram no primeiro turno.

O senador em fim de mandato Paulo Rocha, o ex-deputado federal Zé Geraldo, Avelino Ganzer a o deputado federal reeleito Airton Faleiro integram o grupo que se reunirá hoje. “O temor” desses petistas tradicionais “é com a fome de poder” da dupla Helder Barbalho-Beto Faro, “já demonstrada nas eleições, que não respeitou qualquer decisão do diretório estadual do partido, usando o velho rolo compressor para impor suas vontades”, revela fonte ouvida pela coluna hoje.

Exemplos não faltam

Segundo o entendimento de setores tradicionais do PT no Estado, a indicação de Josenir Nascimento como suplente de Faro ao Senado seria exemplo das imposições que o partido teve que engolir nas eleições deste ano. Josenir Nascimento tem carreira política inexpressiva, jamais foi eleito a cargo público e é visto como ‘ajudante de ordem’ da família Barbalhos, ‘a quem serve com denodo e obediência cega’, acrescenta fonte da coluna.

Cargos federais em jogo

A preocupação do partido se agrava diante da existência de cargos federais cuja ocupação estará em jogo nos próximos meses, como o Dnit, Embrapa, Incra, Ibama, SPU e na área de pesquisa e ensino, dentre outros. Sabe-se, segundo os petistas, que o partido tem nomes capazes para preencher esses cargos, mas, quem os indicará?

Se ficar o bicho come…

 “O PT sabe que, se bobear, Helder e Beto indicarão seus apaniguados, políticos sem mandato, derrotados nas urnas e membros das famílias aos melhores e mais bem remunerados cargos federais, deixando apenas as migalhas para quem realmente vestiu a camisa e foi às ruas lutar pela eleição de Lula”, avalia a fonte.

Resumo da ópera: Lula está eleito, mas a briga só está começando.  

• Tido em alta conta pela deputada federal Elcione Barbalho, o ex-reitor e ex-secretário do governo Helder Barbalho Carlos Maneschy (foto) tem pista liberada para retornar à Secretaria de Ciência e Tecnologia.
• Não se pode dizer o mesmo da atual secretária, a professora Edilza Fontes, que se considera ‘afilhada’ do governador. Coisas da política…
• De um ‘cientista da observação’ da coluna: as urnas que elegeram Lula e derrotaram Bolsonaro são as mesas que elegeram Mourão, Moro e Tarcísio.
• Jorginho Melo, do PL de Santa Catarina, passou a ser o governador mais votado do Brasil, percentualmente, com 70,71%, no segundo turno, ultrapassando os 70,41 % de Helder Barbalho, no primeiro turno.
• O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte vai flexibilizar o prazo de pagamento de suas operações para até 72 meses.
• As novas regras vão permitir aos bancos ofertar créditos em prazos mais ajustados às necessidades das empresas e, também, prorrogar os financiamentos já contratados.
• Mais de 1,6 mil empresas foram denunciadas no Brasil por assédio eleitoral, segundo o Ministério Público do Trabalho.
• O Ministério da Saúde diz não reconhecer dados de pesquisa que dá conta de desnutrição em bebês: “Informações usadas não contêm qualquer respaldo oficial ou científico e estão em desacordo com dados enviados pelos entes federativos”, informa.
• A Agência Nacional de Energia Elétrica mantém bandeira tarifária verde para novembro, ou seja, não haverá cobrança extra na conta de luz pelo sétimo mês seguido.
• Nada, nada, quase 719 mil estrangeiros já estão com passagens aéreas para vir passar o verão no Brasil. 
• Como 54% das passagens internacionais para o Brasil são compradas com menos de dois meses de antecedência, a expectativa é de que o número de turistas possa passar de 1 milhão.