Ordem de remanejamento é real e deixa rastro de prejuízos e reclamações, traduzido em protestos e manifestações nas redes sociais, mas, na Secretaria, ninguém sabe, ninguém viu/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.
Sem controle. Quase 70 integrantes do Núcleo de Esporte e Lazer são surpreendidos com documento encaminhado via Whatsapp mandando até quem não é professor para sala de aula, medida que nem mesmo a direção da Secretaria sabe explicar. Protestos chegam às ruas.
Não será novidade se o secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares, mesmo com a experiência adquirida no exercício do cargo em dois Estados – Amazonas e São Paulo – e como ministro do governo Temer vier a público para admitir que a Seduc, pelo seu esplêndido gigantismo, em certo momento e circunstância perde o controle sobre o que muitos de seus dirigentes fazem quando o assunto é impor interesses de Estado, – parte deles permeada por interesses pessoais, como o fazem aqueles que chegam ao poder sem o devido preparo técnico.
No caso do Núcleo de Esporte e Lazer, que funciona à travessa Dom Romualdo de Seixas, no bairro do Umarizal, em Belém, esses exageros não só comprometem a gestão da Secretaria como tornam real um possível desaparelhamento de um dos mais importantes equipamentos de promoção esportiva e educacional do Estado.
Áudios que circulam entre os professores lotados na unidade relatam o sofrimento vivido por quatro anos de mandos e desmandos de uma coordenação voltada sempre para quem está no comando – em momento algum aos comandados ou alunos atendidos no Núcleo.
Memorando fantasma?
A gota d’água foi o memorando remanejando 67 pessoas lotadas no Núcleo para escolas do Estado, mesmo com as unidades sem carga horária disponível para esses profissionais. Do total de remanejados, apenas 20% estão credenciados para atuar em sala de aula, já que a maior parte é formada por médicos, pessoal de apoio, profissionais da administração e técnicos. Há também, entre os selecionados, quem sequer esteja em atividade por cumprir recomendação médica, como é o caso de um professor em tratamento de câncer.
Secretário-adjunto batido
Depois de vários protestos para chamar a atenção do governador Helder Barbalho, o grupo procurou a Secretaria de Educação, onde o Departamento de Pessoal, por mais estranho que pareça, alegou desconhecimento sobre o tal memorando. Um dos secretários-adjuntos, apontado pelos professores como grande responsável pelo que classificaram como “total falta de respeito” com a categoria, parece que comeu abiu. Quedo estava, mudo permaneceu. E continua.