Denúncias de fontes nas cortes de contas não faltam e envolvem tanto presidentes quanto conselheiros, desembargador, deputado estadual, secretário de governo e muitos outros/Fotos: Divulgação.

Embora o desrespeito à Súmula 13 do Supremo Tribunal Federal ocorra abertamente nos Tribunais de Contas, a prática favorece integrantes do Tribunal de Justiça, da Assembleia Legislativa e secretarias de Estado.

A coluna reproduz informação publicada no site ‘O Antagônico’:

Como bem dizia José Sarney, o pai do nepotismo brasileiro, parente no governo sempre dá problema; ou para o governo ou para o parente. O nepotismo, uma das chagas da administração pública, proibido pela Súmula 13 do STF, tem uma variante ainda mais debochada e atrevida: o “nepotismo cruzado”.

No Pará, por exemplo, o parentesco “brinca de pira” na administração pública. E a coisa só piora quando a “bicuda” na Súmula 13 parte justamente de quem deveria dar o exemplo, vez que figura como órgão fiscalizador. Estamos falando, caros leitores, do Tribunal de Contas do Estado do Pará, TCE, e do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, dois irmãos siameses quando o assunto é nepotismo e otras cositas más

Isso se materializa, por exemplo, quando o conselheiro presidente do TCM indica uma parente, sua filha, para um cargo no gabinete da presidente do TCE, e esta, por sua vez, coloca o próprio marido para ocupar função também comissionada na Corte de Contas dos municípios.

Diante de tamanho acinte, perguntar não ofende: como podem estes tribunais julgar contas de gestores quando não conseguem lavar a própria roupa suja?

O buraco é mais embaixo

Justiça seja feita, emendando a informação: a parentada empregada nas cortes de Contas do Pará também tem ligações com outras cortes, a saber:

No TCE, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, Ricardo Nunes, emprega a filha Bruna Vidigal Tavares Nunes; o conselheiro do TCM, Lúcio Vale, a irmã Cristiane Vale; o conselheiro do TCM, Daniel Lavareda, o irmão Danilo Reis; e o deputado Martinho Carmona o filho, Diego Carmona, e o sobrinho Josué Maestri.

A novidade nisso é que isso continua não sendo novidade.

No Pará pelo menos…