Senador em meio de mandato, Zequinha Marinho usou encontro promovido no último final de semana em um hotel de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, para manifestar sua “indignação” com o atual governo do Estado e justificar sua candidatura à sucessão de Helder Barbalho: “Esses caras” – referência aos deputados da Assembleia Legislativa do Pará – “autorizaram” (o governo) “a contrair uma conta de R$ 4,1 bilhões em oito empréstimos que você não sabe pra quê, porque não tem uma obra”, esbravejou o senador, hoje no PL, falando a pré-candidatos do partido nas eleições de outubro deste ano.
A certa altura do pronunciamento, o senador, cuja candidatura ao governo do Estado é tida como apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro, afirma que é senador em meio de mandato e não teria necessidade de concorrer “se não fosse tanta corrupção” e indaga: “Isso é motivo pra gente ficar em casa? Não, isso é motivo pra gente se in-dig-nar”. Veja o vídeo:
Novos ataques à vista
Rigorosamente, essa foi a primeira manifestação pública do senador Zequinha desde que teve o nome colocado com pré-candidato ao governo. Desde então, aliás, até mesmo o segmento evangélico que integra sua base política se mostrava cético com relação sua disposição para concorrer – sem falar no boato segundo o qual o presidente Jair Bolsonaro e o governador Helder Barbalho teriam fechado um “pacto de não agressão” para acomodar, cada um ao seu modo, suas conveniências políticas. Com efeito, há muito não se vê Helder e Bolsonaro externando, ao menos publicamente, suas diferenças, mesmo sendo o governador apoiador declarado da candidatura Lula.
“Corrupção é o que não falta”
Assessores próximos do senador Zequinha Marinho ouvidos pela coluna garantem que essa foi apenas uma das manifestações que deverão pontuar a candidatura do pastor ao governo do Estado: “Ele está apenas começando a engrossar o discurso, a engrossar a fala”, diz um dos assessores do senador, enquanto para outro “o governador Helder Barbalho não terá vida fácil nessa corrida” como poderia imaginar. “Os opositores do governador têm muita bala na agulha”, acrescenta, com um lembrete: “Corrupção é o que não falta no Pará”.
Por trás dos panos
Candidato ao governo do Estado chancelado pelo presidente Jair Bolsonaro, o senador Zequinha Marinho já não esconde de ninguém o seu desconforto com o que rotula de “má vontade” da Secretaria de Governo em relação às suas indicações a cargos federais no Pará.
Algumas nomeações, diz, dormem nas gavetas Secretaria há mais de três meses, enquanto a turma do “Bolsonaro lá, Barbalho aqui” esnoba poder e usa a máquina para conspirar contra o presidente.
Papo Reto
- Acéfala e sem rumo. Assim permanece a Superintendência de Patrimônio da União no Pará, por conta da mudança de comando e da ausência de protocolo responsável por estabelecer os fluxos administrativos e operacionais da repartição travado nos gabinetes de Brasília. Segue no comando da SPU o geógrafo Flávio Augusto Silva (foto).
- Mario Martins, pré-candidato da oposição na AP, anda visitando clubes sociais Brasil afora para elaborar suas metas e concorrer ano que vem.
- O morador de rua que tentou invadir a Igreja da Trindade tem várias entradas na Polícia, já foi condenado por homicídio, recentemente esfaqueou uma pessoa lá mesmo na Praça Visconde do Rio Branco e, na hora da insólita invasão, portava duas facas na mochila.
- O técnico Paulo Bonamigo, do Remo, ganhou alguns adjetivos depois da derrota, nos pênaltis, no jogo contra o Cruzeiro, em Minas Gerais, quando o clube paraense deixou de embolsar R$ 3 milhões de premiação.
- Considerado inseguro na escalação dos batedores das penalidades, Bonamigo foi apontado como “senil”. Se não está com os dias contados no Baenão, parece.
- Sobram críticas, muitas críticas à prefeita de Marituba, Patrícia Mendes. Por uma razão qualquer, a prefeito sequer fala mais no asfaltamento de ruas do bairro São João, que visita vez ou outra.
- Recentemente, acredite, a prefeitura asfaltou um trecho de cerca de 100 metros de uma rua de acesso da Alça Viária ao bairro, somente para a prefeita transitar ao se dirigir a uma festa de aniversário de um auxiliar da administração.