A pedra vem sendo cantada em verso e prosa desde o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, que deu vitória ao ex-presidente Lula, mas desistir não é uma opção. O fato é que não tem sido nada fácil a transição política implementada pelo PT e partidos aliados que assumem o poder da República em toda sua complexidade dia 1° de janeiro.

Virou ‘baixo clero’

No Pará, principalmente, a disputa interna entre o partido do presidente Lula e o MDB do governador Helder Barbalho pelos cargos federais mais relevantes no Estado promete embates acirrados até a decisão final, que deverá ocorrer somente de janeiro em diante, após a definição dos ministros. Curiosamente, o líder máximo do partido, o presidente eleito Lula da Silva, parece fazer ouvidos moucos aos reclamos da legenda. E bate o desespero no hoje ‘baixo clero’ da legenda diante da possibilidade de perda de posições e identidade surrupiadas pela decisão de eleger Beto Faro-Helder Barbalho em detrimento do senador Paulo Rocha.

Desistir não é opção

Nesta semana, mais uma vez, as principais lideranças do PT no Pará estarão reunidas em Belém para buscar um acordo conciliado de nomes que poderão estar à frente de órgãos federais no Estado, como Dnit, Eletronorte, Incra, Sudam e Banco da Amazônia, mas o obstáculo atende pelo nome de Helder Barbalho, o homem que comanda o PT no Estado e está inclinado a reservar aos combativos companheiros das antigas apenas cargos abaixo do terceiro escalão do governo federal.

• O MPF processou o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal por improbidade administrativa por ter pedido voto para o Bolsonaro. No Pará, o secretário de Segurança Pública e o delegado-geral da Polícia Civil fizeram campanha política escancarada pela reeleição do governador, mas tudo foi tão normal…
• A convite do vice-presidente eleito, Geraldo Alckimin, o ex-deputado Arnaldo Jordy (foto) integra o grupo de trabalho do Meio Ambiente na equipe de transição do governo Lula.
• Esquenta o clima de confronto político no município de Bonito, nordeste do Pará, onde o prefeito Michel Assad, do PTB, foi afastado por denúncias do MP, mas trava guerra frenética para retornar ao cargo. 
• No mais recente episódio, o vereador Wellington Santos Neto, que é deficiente físico, foi agredido no plenário da Câmara por uma irmã da presidente da Casa, vereadora Nívia Assad e do prefeito afastado, causando revolta geral entre os pares e na própria sociedade local.
• Direção do Hospital Santo Antônio Maria Zacaria, em Bragança, está pedindo R$ 50 milhões emprestados, mas o banco resiste.
• Estádio de Castanhal também ficou na promessa do governador Helder Barbalho, e o Japiim, sem praça de esportes, vai ter de jogar o Parazão em Bragança ou Capitão Poço.
• Mães, pais e responsáveis de atletas paralímpicos denunciam descaso e preconceito contra estudantes deficientes que teriam de viajar para participar dos jogos paralímpicos escolares, em Belém. 
• A secretaria de Esporte patrocinou as passagens de todas as equipes de jogos estudantis, menos dos paralímpicos, que não viajaram.
• Autistas, cadeirantes, cegos e atletas com paralisia cerebral ficaram de fora dos jogos, segundo denúncias encaminhadas à coluna.
• A Secretaria de Agricultura e Pesca de Breves participa da comemoração do aniversário do município com exposição dos agricultores familiares para mostrar a variedade da produção local.
• São molhos de pimenta artesanais, licores, geleias, doces, flores ornamentais, peixes, alimentação alternativa, hidroponia e artesanatos da Reserva Extrativista Mapuá.
• Roubos e assaltos estão se tornando corriqueiros na localidade de Areião, em Cametá, onde a Polícia, infelizmente, tem dificuldade de permanecer por falta de estrutura física.
• Por sua vez, prefeitura e governo do Estado não assumem a responsabilidade por concluir o prédio destinado à PM na localidade, obra largada pela metade há anos.
• Todo cuidado é pouco: voltaram os assaltos nos estacionamentos dos supermercados. Na última sexta, no Formosa Duque, ladrões ‘limparam’ um casal de meia idade à vista de muita gente.
• Restou reclamação à gerência, BO e espera de providências a partir das câmeras de segurança do estacionamento.