O diretório estadual do PT, o MDB e o governador Helder Barbalho vêm monitorando ações de prefeitos, ex-prefeitos, lideranças políticas e empresárias por todo o Pará certificando-se do cumprimento da ordem de votar no ex-presidente Lula no segundo turno das eleições.
Na última a semana, o ‘monitor eleitoral’, ou o ‘patrulhamento’, como queiram, focou Abel Figueiredo, município pequeno territorialmente, mas de grande relevância no segmento produtivo. Abel Figueiredo faz limites com Rondon do Pará, Jacundá, Bom Jesus do Tocantins e Marabá.
Residem ou possuem empreendimentos no município personalidades políticas e empresárias bem conhecidas no Estado, como é o caso do empresário, produtor rural e ex-prefeito Hidelfonso de Abreu Araújo, ligado ao PP. Hidelfonso é muito conhecido no Estado e tem empresas e empreendimentos em vários municípios – Abel Figueiredo, Rondon do Pará, Moju e Anapu, incluindo fazendas, fábrica e serrarias.
“Cala a tua boca”
Prefeito do município três vezes, Hidelfonso se alinhava à corrente do presidente Jair Bolsonaro e parecia politicamente ativo nas redes sociais e nas ruas do município, até que a notícia e os áudios postados por ele chegaram ao governador Hélder Barbalho e à direção do PT estadual. Acabou-se o que era doce: Helder deixou de atender e de receber Hidelfonso Araújo e mandou um assessor até o ex-prefeito assanhadinho nas redes sociais com um recado curto e grosso: “Cala o teu bico e fica na tua”.
Chá de sumiço
O mesmo recado foi estendido ao atual prefeito de Abel Figueiredo, Antônio Calhau, do PL, e ao presidente municipal do MDB, Roberto Maltarolo. A conversa finalizou assim: “Aos insatisfeitos, a porta é serventia da casa”.
Resumo da ópera: A turma se calou e sumiu das ruas e das redes sociais como em um passe de mágica.
O dono da terra
Não é verdade que o ex-deputado federal Zé Geraldo tenha servido de ‘menino de recado’ de Helder Barbalho, embora tenha estado em Abel Figueiredo semana passada. Dono de terras na Transamazônica, coordenador da campanha de Lula no Pará e detentor de uma assessoria parlamentar no gabinete do deputado federal Airton Faleiro, Zé Geral é cotado para assumir a superintendência do Incra em Marabá em caso de vitória do ex-presidente. De tanto ajudar os municípios que têm visitado nesta campanha, conforme diz por onde passa, custa a crer que tenha perdido mandado tão proativo. Pena.