Na festa preparada para a eleição de Marinor Brito, do Psol-barbalhista, à Câmara Federal, quem brilhou foi Lívia Duarte, do Psol-petista, única eleita do partido. Estratégia de Aldenor Júnior de lançar ex-mulher Leila Palheta à Assembleia e atual mulher, Nice Tupinambá, à Câmara resultou em derrota, segundo avaliação interna/Fotos: Divulgação.

O clima de terra arrasada que assola a direção do Psol no Pará com a derrota de Vivi Reis e sobretudo de Marinor Brito na disputa por vaga à Câmara Federal tem culpado definido e identificado. Enquanto o grupo ligado a Vivi Reis começa a se preparar para as eleições à Câmara de Belém – mais votada do partido nas últimas eleições municipais, Vivi, mesmo derrotada agora, é considerada ‘personalidade em ascensão na política’ -, na Primavera Socialista, grupo de Edmilson Rodrigues, que dava como certa a eleição de Marinor, o futuro é incerto, tanto quanto o da própria deputada, que deixa o cargo em janeiro e reluta em disputar vaga na Câmara pelo suposto desprestígio que isso representaria.

Na festa organizada previamente pela Primavera Socialista para celebrar a eleição de Marinor Brito para a Câmara Federal, quem brilhou mesmo foi Lívia Duarte. Lívia ganhou representando a banda do Psol-petista, de Cláudio Puty, derrotando a banda do Psol-barbalhista, que inclui o prefeito Edmilson Rodrigues, Aldenor Júnior e Luiz Araújo.

Duas mulheres, mesmo fim

É sobre essa tríade que governa com mão de ferro a Prefeitura de Belém que está recaindo a culpa do fracasso total das articulações eleitorais do partido. Dizem que Aldenor Júnior, ao lançar Leila Palheta, sua ex-mulher, candidata a estadual, e Nice Tupinambá, atual mulher, a deputada federal dividiu votos importantes que fariam com que Marinor Brito não sofresse o vexame de ser menos votada que Vivi Reis e que Lívia Duarte, considerada a puxadora de votos, não dependesse do restante da chapa do partido para ser eleita. De no que deu, enfim.

Como será o amanhã?

Derrotada e atrás de Vivi Reis na contagem final dos votos, mesmo com apoio da prefeitura, Marinor Brito virou alvo de uma pergunta só: o que irá fazer quando janeiro chegar? Voltará para a sala de aula?

Especula-se que Marinor estaria exigindo uma reformulação no Secretariado da prefeitura para ocupar a vaga que legalmente é de Márcia Bitencourt, na Secretaria de Educação, onde quem comanda de fato é Araceli Lemos, à sombra de Aldenor Júnior e Luiz Araújo, que já deixaram escapar em comentários de corredores que essa possibilidade está descartada.  Nesse caso, restaria à quase deputada federal e futura ex-deputada estadual Marinor Brito no máximo uma diretoria na Secretaria de Educação.

Para quem por pouco tempo foi senadora da República, depois de vários mandatos na Câmara de Belém e deputada estadual, seria humilhante.

Que Primavera é essa?

Outro derrotado no Psol foi Beto Andrade, que durante quatro anos organizou sua candidatura a deputado estadual. O rapaz viajou e esteve presente em praticamente todas as regiões do Pará, com financiamento não se sabe de quem ou de onde. O que se diz é que esteve presente em muitos eventos organizados pelo Sintepp, mas descuidou de usa principal base eleitoral, que é Ananindeua.

Para disputar com Beto Andrade, a Primavera Socialista lançou a ex-candidata à prefeitura da cidade Lívia Noronha. Indicada por Edmilson, Aldenor e Luiz Araújo para concorrer à Assembleia, Lívia Noronha atrapalhou bastante a campanha de Beto Andrade, que chegou inclusive a pontuar em pesquisas eleitorais e a divulgar número que usaria em aplicativo de mensagem, caso eleito. Nadou muito e morreu na praia.