O presidente do partido Republicanos no Pará, Evandro Garla, pediu reservadamente ao governador Helder Barbalho e recebeu, na bandeja, a cabeça do diretor Administrativo-financeiro da Emater, o advogado e obreiro da Igreja Universal Keimenson Nascimento, indicado ao cargo pelo deputado estadual Fábio Freitas. O decreto de exoneração de Keimenson foi publicado no Diário Oficial de ontem. A decisão de Garla, ao “cortar as asas” de Fábio Freitas, deu no que se esperava.
A reação de Fábio Freitas, dizem fontes da coluna, beirou a cólera, chegando a acenar com a possibilidade de deixar o partido, muito por conta do trabalho que seus indicados fizeram na Emater para arregimentar 100 mil votos à custa de pressões e assédios, especialmente no interior do Estado. Refeito do choque, o deputado Fábio Freitas recuou, até porque tem pleno conhecimento de que a desobediência às regras do comando da Igreja custaria muito mais do que a cabeça de um técnico indicado a cargo no governo, mas a própria – que o diga o hoje esquecido ex-deputado Pastor Divino.
O que se diz é que Fábio Freitas teria sido “confortado” pelo deputado federal Vavá Martins: “Lembre que os votos não são nossos…”
Pesquisador opina sobre
o embate Couto e Beto Faro
O diretor do Instituto Veritate de pesquisas, Vladimir Araujo, avalia que o governador Helder Barbalho pode estar com o caminho sedimentado para a reeleição, mas seu candidato ao Senado, deputado federal Beto Faro, não terá vida fácil.
É que seu concorrente mais próximo, o ex-senador Mário Couto, além de estar sob a sombra do presidente Bolsonaro é mais conhecido no Estado, sempre foi crítico do PT e do governo Ana Júlia, não enfrenta problemas internos de partidos aliados e está em campanha há meses, visitando municípios e lideranças políticas, como em Paragominas, onde acompanhou a comitiva presidencial e conseguiu apoio da boa parte da classe produtora da região.
Vladimir não descarta uma disputa mais acirrada entre ambos no decorrer da campanha, mas ainda assim Mário Couto estaria na dianteira para conquistar a vaga.
Na criação de municípios,
Altamira chama atenção
A Assembleia Legislativa irá discutir a criação de novos municípios paraenses em diversas regiões, localidades que cresceram e desejam sua autonomia e vida própria e, nesse caso, Altamira, no oeste do Pará, é um caso emblemático.
Maior município do Brasil, com cerca de 160 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho do Estado do Paraná, e somando quatro vezes a área do Arquipélago do Marajó, de 40 mil quilômetros quadrados, Altamira deverá perder área para a criação do município de Castelo dos Sonhos, região de garimpo quase na divisa do Mato Grosso, distante mais de 600 quilômetros por rodovia.
Estados como São Paulo e Minas Gerais têm em torno de 500 municípios, enquanto o Pará tem apenas 144, a maioria com menos de 50 mil habitantes.