Críticas cada vez mais crescentes contra o Sistema BRT-Belém, projeto que se arrastou por vários anos, exigiu investimentos milionários e é considerado obsoleto e deficitário obrigam a administração municipal a repensar o transporte público, com a possível adesão ao sistema elétrico, mais barato e moderno/Divulgação.

Pode-se dizer que o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, decidiu “embarcar” no chamado Sistema VLP de transporte público, que funciona à base de veículos elétricos, com a ideia de substituir o obsoleto BRT, projeto iniciado pelo então prefeito Duciomar Costa, caiu como “abacaxi” nas mãos do sucessor, Zenaldo Coutinho, que o concluiu a duras penas, e foi entregue à atual administração em estado considerado “falimentar”.

A ideia de adesão ao novo sistema foi apresentada à prefeitura em reunião do Conselho da Cidadania, grupo criado pelo prefeito Edmilson Rodrigues para ajudar a administração municipal com novas ideias, por um dos seus integrantes, o jornalista Francisco Sidou, que atualmente cumpre “período sabático” em São José dos Campos (SP), onde o VLP está em fase experimental até o final desde mês. De ordem do prefeito, uma equipe técnica da Semob viajou para o interior de São Paulo para conhecer detalhes do novo sistema.

Convencer vereadores e
cartel,  primeiro desafio da prefeitura

A equipe também visitou as cidades de Jundiaí e Campinas, onde estão sendo implantados sistemas semelhantes. Em Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, o Sistema VLP está sendo implantado em substituição ao também falido BRT da cidade. Segundo Sidou, são inúmeras as vantagens do Sistema VLP: em São José dos Campos, o preço das passagens dos ônibus convencionais custa R$ 5, mesmo valor aplicado pelo novo sistema; capacidade de transporte de 168 passageiros sentados; são veículos não poluentes, uma vez movidos à eletricidade, com baterias que garantem autonomia de 250 km, cada.

Em Belém, não faz muito tempo, a Câmara de Vereadores vetou proposta de dotar os coletivos de ar-condicionado, o que coloca a Prefeitura de Belém em posição diametralmente oposta aos interesses do Sindicato das Empresas de ônibus, que costuma brandir uma planilha de custos duvidosa a cada proposta de mudança nas regras do sistema e não qual apenas os passageiros não acreditam. Esse, a princípio, seria o primeiro custo de Edmilson Rodrigues se de fato quiser mudanças. O cartel sempre leva a melhor.

Banda da campanha de
Helder desafina aqui e acolá

A banda da campanha do governador Helder Barbalho à reeleição anda desafinando, com  músicos descontentes e mal remunerados. Professores, militares de baixa patente, servidores contratados em diversas áreas e as recorrentes denúncias contra o governo têm provocado discórdia e insatisfação, esgarçando o tecido político e o tapete que Helder julga ter tecido para o desfile das urnas.

De Belém ao interior, com maior ou menor intensidade, a cada dia pipocam novos manifestos, como o de sábado pela manhã, quando grupo de  servidores ligados o Igeprev ocupou a via de entrada da aenida Almirante Barroso promovendo um bandeiraço que abalou os nervos dos motoristas que trafegavam pela principal artéria da cidade. Apenas a pista do BRT foi liberada ao tráfego de veículos. Mais de uma hora de engarrafamento infernal em pleno sábado. E é só o começo.

Papo Reto

Divulgação
  • Foi-se o tempo em que se vendia gato por lebre. A nova fraude aplicada no mercado consumir da Grande Belém é a venda de piramutaba, como se dourada fosse.
  • A ministra Damares Alves (foto) está com viagem marcada para o Marajó na próxima semana. Potencial candidata ao Senado nas eleições deste ano, a ministra só ainda não decidiu por onde concorrer – e o Pará, dizem, seria uma das possibilidades.
  • A sede campestre da tradicional Assembleia Paraense tem recebido visitantes indesejáveis nesta época do ano em que chuva e sol confundem a estação: carapanãs. A ordem é nãu usar bermudas à noite e ter um repelente sempre à mão.
  • O radialista Cláudio Guimarães narra hoje seu clássico Re x Pa número 212. O primeiro foi pela Rádio Educadora de Bragança, sua terra natal, também no Estádio da Curuzu, com Paysandu 2 x 0 Remo, gol de Pau Preto e Armando Marques no apito, em 1961. Os demais foram através dos microfones da Rádio Clube, onde atua a quase seis décadas.
  • Ninguém  divulga, mas foi a presidente Dilma que, em 2013, atrelou o preço do combustível à variação do dólar. Os outros estragos causados ao setor já se sabe.
  • A debandada de filiados do PSDB ocorrida nos últimos dias leva observadores da cena política no Pará a se perguntar quem ficará para apagar a luz.
  • No fundo, no fundo, quem domina o tema mobilidade urbana  e conhece a histórica incapacidade da Prefeitura de Belém de pensar e construir o futuro nunca duvidou que o projeto BRT viraria “elefante branco”.
  • Depois de tantos milhões aplicados, o projeto segue ultrapassado, deficitário e largado às moscas. Qualquer tranqueira velha, por exemplo, usa e abusa das pistas sem o menor pudor.

Pior: não se tem notícia de que a Semob esteja envolvida na busca de soluções técnicas para problemas como a alimentação do sistema.