O procurador-geral do Estado, Ricardo Seffer, mantém processo que prevê pagamento de gratificação, inclusive com retroativo, a agentes públicos travado e ainda não se manifestou sobre supostas irregularidades no acordo firmado entre o Igeprev e Sindipol – muito por conta da inimizade com Giussep Mendes/Divulgação.

É ensurdecedor o silêncio que paira sobre o andamento do processo movido pelo Sindicato dos Policiais Civis do Pará junto ao Instituto de Gestão Previdenciária, o Igeprev, cobrando pagamento de gratificação a investigadores, escrivães e papiloscopistas correspondente a 65% do salário base pago aos delegados. Rigorosamente, até agora, só quem ganhou foi o advogado do Sindicato, que cobrou 25% a título de honorários, tendo recebido, segundo fontes da coluna, algo em torno de R$ 2 milhões, pagos antecipadamente. A gratificação prevista para investigadores, escrivães e papiloscopistas continua, senão um sonho, uma tênue promessa, depois que a Procuradoria-Geral do Estado, comandada por Ricardo Seffer, botou o dedo no suspiro do Igeprev e mandou suspender o pagamento.

A prova do contracheque

Semana passada, o Sindicato dos Policiais passou informações a seus associados segundo as quais “o pagamento do retroativo do abono dos aposentados será pago a partir de amanhã, 20, de janeiro”. Sobre “o pagamento do retroativo do abono dos ativos, não tem previsão”, acrescentando que “o jurídico do Sindicato já está tomando as providências que o caso requer junto ao Judiciário para que todos  possam receber seus direitos o quanto antes”. A segunda informação, conforme fontes da coluna, faltou com a verdade: os contracheques que o digam. Pior foi a aposentada que, ao consultar o saldo da conta, se deparou com depósito de R$ 80 mil pagos a título de retroativo, mas, ao chegar ao banco, além desse valor, não encontrou nem a diferença de salário. E o Sindicato segue calado.

Dois bicudos não se beijam

A quem interessar possa: o procurador-geral do Estado, Ricardo Seffer, a quem se atribui a decisão de suspender o acordo firmado entre o Igeprev e o Sindicato para pagamento dos direitos de agentes públicos que foram chamados a aderir ao processo de cobrança, não se bica com o presidente do Igeprev, Giussep Mendes, há muito tempo. “Não se bica é poucos”, dizem. Agora, se o PGE identificou no processo manobra pouco ou nada republicana para beneficiar os policiais ou quem que seja, só Deus sabe.

Papo Reto

Divulgação
  • Essa história de abalroamento de pontes no Estado se tornou um grande negócio. De um lado, há os que lucram com a locação de balsas e outras embarcações para fazer a travessia durante a interdição do equipamento; por outro, há os que ganham muito dinheiro com a dispensa de licitação para repará-lo. Entenderam a matemática ou querem o desenho?
  • A Academia Paraense de Letras que, de uns tempos para cá, escancarou as suas portas para qualquer que dela queira fazer parte, se prepara para eleger um violonista na próxima semana. O negócio é ser amigo do presidente.
  • Outdoors distribuídos estrategicamente embelezam a paisagem da Grande Belém com a imagem da secretária de Cultura do Estado (foto). “Úrsula, A Voz do Pará”, diz a propaganda disfarçada de mensagem do programa que ela faz em emissora de rádio.
  • Nesse vaivém de pontes caindo, não custa perguntar: a Ponte de Mosqueiro, inaugurada pelo presidente Geisel no governo Aloysio Chaves, está segura?
  • Será que a “floresta” que vem nascendo debaixo dela vai proteger a estrutura de eventuais choques ou de embarcações mal dirigidas, ou vamos ter nova surpresa?
  • O consumo de drogas é praticado abertamente em alguns estabelecimentos de Belém. Existe um em que há inclusive sala vip.
  • O Aeroporto de Belém vai de mal a pior: a última pérola é que, no banheiro destinado a deficientes, o vaso sanitário está simplesmente solto, tanto que um cadeirante desabou dias atrás…
  • Em Belém, o varejo segue dando mostra de cara atrasada, anacrônica e não profissional.  Foi só o surto gripal avançar – o que era tão certo quanto dois mais dois é igual a quatro –  que antigripais e antifebris,  o básico do básico,  desapareceram das prateleiras das farmácias na região metropolitana.
  • Desde os anos 1970, quando o Tapajós se abriu à corrida do ouro, a região de Santarém foi sacudida pela destruição da natureza e o uso incontrolável do mercúrio.
  • Mesmo com todas as ações do governo, a prática se mantém. Exames laboratoriais apontam a presença de materiais pesados nas águas do rio.