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Fapespa entra em campo para mostrar
realidade dos municípios do Pará

As equipes de pesquisadores devem estar em campo já em setembro, a fim de levantar dados que embasem políticas públicas

Visando amenizar os problemas causados por quase dois anos de atraso na realização do Censo Demográfico 2020, remarcado para 2022 por causa da pandemia de Covid-19, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas irá colocar em campo, agora em setembro, as equipes do Projeto Pesquisa Estadual por Amostra de Domicílios (Pead), que pretende espelhar a realidade dos paraenses nos 144 municípios, a fim de, principalmente, dar base à criação de políticas públicas mais eficazes.

Na edição do Diário Oficial do Estado do último dia 27 foi publicado o Termo de Colaboração entre a Fapespa e a organização civil Biotec Amazônia, que garantirá o apoio à execução da Pead, com vigência de 12 meses. A parceria é fruto de uma chamada pública, da qual a Biotec saiu vencedora.

Márcio Ponte, diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Fapespa, explica que a Pead é uma alternativa elaborada à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo Censo Demográfico.

“Os dados dos municípios ficaram muito desatualizados, já que a maioria deles diz respeito ao último Censo realizado, o de 2010. Esperar até 2022 para a realização, sendo que resultados só virão depois do trabalho concluído, deixaria o Estado, de um modo geral, ainda mais tempo no escuro sobre como vivem as pessoas nas cidades paraenses. Isso acabou nos provocando. Inspirados na Pnad contínua do IBGE elaboramos a Pead, que não é um censo, mas que terá como metodologia a ida de equipes de pesquisadores para o levantamento de dados primários nas 144 cidades, para que possamos apresentar um espelho da realidade dos paraenses”, informa Márcio Ponte.

Coleta de dados – Embora o planejamento e a criação do projeto seja de autoria da Fapespa, o apoio da Biotec Amazônia garantirá o suporte de pessoal para realizar a coleta de dados. A partir daí, será gerado um relatório técnico com a apresentação de cada município, revista eletrônica com dados em linguagem acessível para o grande público, um site e um aplicativo, para que de qualquer lugar do mundo seja possível ter acesso aos dados referentes aos municípios paraenses nos aspectos socioeconômicos.

“Será levantado desde as condições de moradia, do lugar onde mora, do domicílio e suas características, o perfil do morador, como vive, avaliação dos serviços públicos, acessibilidade à saúde, saneamento, internet. Isso deve permitir, por amostra, entender parte da realidade da população”, detalha o diretor. “A previsão é estar em campo mês que vem, para até fim do ano fazer todo esse levantamento, e quando virar 2022 faremos a análise dos dados. Será muito importante, porque políticas públicas e investimento de setor privado necessitam de diagnóstico”, justifica o diretor da Fapespa.