Região conhecida pelas belezas naturais patina em índices sociais baixos ainda que, em 20 anos, a população tenha saltado de 400 mil para cerca de 600 mil habitantes/Fotos: Divulgação

Há 20 anos, o Marajó não possuía sequer 400 mil habitantes, sua economia era insignificante – o ciclo da madeira começava a dar sinais de desgaste por pressões ecológicas – e o comércio era insípido. Hoje, conta mais de 600 mil habitantes, divididos em duas porções com cerca de 300 mil habitantes cada, o Marajó Oriental e a metade Ocidental. 

As velhas e toscas embarcações de madeira deram lugar a lanchas e catamarãs velozes e ferry-boat modernos, que permitem reduzir o tempo de viagem pela metade; a produção agropecuária se expandiu, junto com cereais e frutos como o açaí, de onde sai a maior parte da safra colhida no Pará. Mas isso não basta. 

Índices sociais

As ações de governos não acompanham esse crescimento e o IDH e Ideb continuam claudicando. Programas como o “Abrace o Marajó” não avançam, porque não há diálogo com a sociedade e tampouco com as autoridades municipais, que continuam de pires na mão.

O anúncio da Petrobrás de perfuração de poços não costa do Marajó e Amapá deve trazer algum alento para a economia do arquipélago, mas nada se sabe a respeito disso. A empresa promete esclarecer em audiências com autoridades e lideranças a amplitude do projeto e seus efeitos para a economia. Seria a janela da esperança para 600 mil almas. 

O fator ambiental

Ainda sem licença ambiental, a Petrobrás pretende iniciar ainda neste ano a perfuração do primeiro poço para exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, a cerca de 120 quilômetros da costa do Amapá, O processo ainda depende do licenciamento do Ibama. Com participação da empresa britânica BP, a Petrobras pretende explorar seis blocos.

A expectativa da empresa tem esbarrado nas questões ambientais. Nas negativas, o Ibama alega risco de danos irreparáveis nos recifes presentes na região e à biodiversidade marinha de forma mais ampla.