Em meio à terceira onda de Covid-19 em Belém, não bastassem as ocorrências cada vez mais agudas de casos de gripe influenza, males correlatos e mortes naturais, a Prefeitura de Belém, segundo denúncias encaminhadas à coluna, parece ter virado as costas para o Cemitério do Tapanã, no Distrito de Icoaraci – área que, tradicionalmente, é reservada a um indisfarçável descaso da administração pública. Não que os demais cemitérios municipais mereçam alguma atenção, senão às vésperas do Dia de Finados, que isso é caso que nem se discute mais. “São Jorge”, na Marambaia, e “Santa Izabel”, no bairro do Guamá, assustam pelo abandono, pela falta de conservação e pela profanação de túmulos.
Nem administrador,
nem coveiros
No Cemitério do Tapanã, porém, a situação é, sem trocadilho, de morte, senão, desumana. Familiares que precisam sepultar seus mortos no Tapanã têm aguardado por serviços por até três dias por falta de coveiros. Nem o administrador do cemitério aparece, enquanto as pessoas montam acampamento nas instalações do cemitério até que alguém saia do trabalho remoto – e trabalho remoto não combina com enterros: ou a administração manda fazer o serviço ou provoca filas de insepultos e insatisfeitos. Funcionário do cemitério ouvido pela coluna nega e garante que os sepultamentos acontecem no mesmo dia, mas, o que fazem tantas pessoas, conforme a imagens, onde não deveriam estar?