Em disputa política na
Polícia Civil do Pará,
salva-se a corrupção
Segunda-feira, 14 de junho de 2021
A Polícia Civil do Pará está dividida entre o grupo do delegado-geral, Walter Rezende, apadrinhado pelo deputado Nilton Neves, e o grupo da delegada-geral-adjunta, Daniela Santos, que vem a ser mulher do assessor especial Luciano Oliveira, agente da PF cedido para a Segup. A confusão começou no julgamento do probatório de uma delegada acusada de corrupção. O grupo de Daniela Santos queria reprovar a servidora, mas o delegado Walter Rezende (foto) recebeu contraordem da mãe do governador Helder Barbalho, deputada Elcione Barbalho.
Segundo plano
A delegada-geral-adjunta Daniela Santos não participou da reunião do Conselho da Polícia que discutiu o polêmico probatório, mas mandou representante, a delegada Fernanda, amiga e diretora da Associação dos Delegados de Polícia. A ela caberia pedir vistas do processo, o que deixou o bem orientado delegado Walter Rezende furioso. Em novo julgamento, porém, prevaleceu a vontade da mãe do governador, isto é, a delegada acusada de corrupção saiu incólume da confusão.
Os federais
O agente Luciano de Oliveira, assessor do secretário de Segurança Pública, Uálame Machado (foto), é mais um dos policiais federais na Segup cedidos ao governo do Pará. Outro agente, Cleômenes Ribeiro, é ocupante do cargo de agente policial do Departamento de Polícia Federal, cedido ao governo para o cargo em comissão de Assessor III. Foi ele quem fez vigilância ilegal do ex-procurador-geral de Justiça Gilberto Martins, cujo processo – para apurar essa irregularidade – foi arquivado pelo promotor militar Armando Brasil, supostamente sem qualquer amparo legal.
Quem manda
Diz a lenda que a delegada Daniela Oliveira teria sido imposta como delegada-geral-adjunta pelo secretário Uálame Machado, depois que articulou o afastamento do ex-delegado-geral Alberto Teixeira. Pelo sim, pelo não, a situação da Polícia Civil virou uma verdadeira guerra, com um clima jamais visto no órgão, deixando até os mais antigos e experientes delegados de cabelo em pé.
Tudo ou nada
Observador da cena política que acompanha o movimento de partidos na direção do governador do Estado com vistas à reeleição aposta na experiência e sentencia: quem tudo quer tudo perde. É que a chegada de partidos antes desafetos do governo, como o DEM e o próprio PSDB, para a base de apoio à possível reeleição de Helder Barbalho soa como tentativa de ganhar por W x O. Só falta combinar com os russos, isto é, com o eleitor.
História recente
Esse filme já passou: Jarbas Passarinho, em 1994, que contava com a maioria dos partidos e quase a totalidade de prefeitos acabou perdendo a eleição para Almir Gabriel, que começou a campanha a borde de uma Kombi para agrupar o seu reduzido time. E o próprio Almir, em 2006, quando tentou voltar pela terceira vez ao governo, com força política e uma estrutura gigantesca, mas acabou derrotado por Ana Júlia Carepa.
Meio de campo
Ganhou repercussão a movimentação do PSDB com o anúncio da candidatura do ex-prefeito de Ananindeua Manoel Pioneiro ao Senado. O detalhe é o viés da suposta composição com o governador Helder Barbalho e o embolado meio de campo que envolve o senador Paulo Rocha, que planeja se manter no cargo, e do deputado federal Beto Faro que, dizem, tem acordo com o governador para ser o único candidato à vaga.
Terceira via
Se no cenário nacional um potencial candidato pela chamada terceira via é o quebra-cabeça das lideranças políticas, o mesmo não se pode dizer do Pará. Explica-se: Tasso Jereissati se encaixa no perfil e contabiliza cotação crescente, inclusive com apoio do ex-presidente FHC. A se confirmar sua candidatura, abre-se a possibilidade de uma candidatura do PSDB para chamar de Tasso, onde entraria o ex-governador Simão Jatene.
Dois extremos
Se por um lado o PT de Lula vai ter o palanque do governador Helder Barbalho, do MDB, candidato à reeleição, por outro, o palanque do presidente Bolsonaro terá a possível candidatura do senador Zequinha Marinho, que circula com desenvoltura pelo Estado como pré-candidato. O jogo só está começando – sem esquecer que a pandemia não deixou sequelas apenas na saúde pública, mas também na ética e não gestão administrativa.
Faça o que digo
Em reportagem do jornal Inglês “The Sun”, com o título “Rainha cumprimenta líderes mundiais ao oferecer jantar ao G7 no projeto Éden da Cornualha”, chamam a atenção fotos em que nenhum líder presente aparece usando máscara. Certo que todos estão vacinados, mas, enquanto os povos do mundo menos contemplados aguardam por uma dose, esse comportamento não pareceu exatamente exemplar, inclusive para a própria rainha. É o famoso faça o que eu digo…
- As pessoas ajudariam o SUS se fizessem boletim de ocorrência na Polícia toda vez que o hospital lançar indevidamente a Covid-19 como causa mortis em atestado de óbito.
- Essa informação falsa gera lucro ilícito para os hospitais, que recebem a maior pelo tratamento do paciente.
- O Igeprev retoma nesta segunda-feira o Censo Previdenciário, suspenso desde fevereiro, em virtude da segunda onda da pandemia do coronavírus. O recadastramento começa por, Belém, com previsão de encerramento em setembro.
- O presidente da OAB, Alberto Campos (foto), inaugurou, na última sexta, a Casa da Advocacia de Cametá, que contempla profissionais que atuam em cinco municípios da região do Baixo Tocantins.
- Não é de hoje que Belém se ressente de melhor estrutura de lixeiras espalhadas pela cidade, inclusive no centro e nos bairros considerados nobres.
- Cidadão habituado a caminhadas pela cidade viveu bem esse problema quando percorreu as avenidas Brás de Aguiar e Nazaré, da Serzedelo à Generalíssimo com uma garrafa de água vazia sem encontrar uma lixeirinha sequer para se livrar do lixo.
- A votação da proposta da MP da Eletrobrás está acordada para a próxima terça-feira, se o relator, senador Marcos Rogério, apresentar a tempo.
- Entre as emendas discutidas está uma pela qual a Petrobrás dividiria com a União cerca de R$ 34 bilhões recebidos pela venda da rede de gasodutos da TAG, em 2018.
- Rogério também estuda incluir a aprovação do Senado para indicações do Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS, e restringir os locais de instalações das térmicas previstas na proposta.
- Quanto à proposta da Reforma Administrativa, pode ser aprovada antes do prazo máximo de 40 sessões na comissão especial da Câmara, conforme o relator, deputado Arthur Maia.
- Em nota, a Confederação Nacional da Indústria, CNI, considerou “inaceitável” que a Contribuição sobre Bens e Serviços, CBS, tenha alíquota maior para indústria do que para o setor de comércio.