Edição de sábado, 31 de dezembro, de 2022 e domingo, 1 de janeiro de 2023
O comitê de transição do novo governo Lula tem feito estudos em torno da transferência dos 51 hospitais universitários sob gestão federal do Ministério da Educação para a Pasta da Saúde. A proposta tem o aval dos grupos de trabalho das duas áreas. A mudança seria estendida também à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, hoje pendurada no MEC – 41 dessas unidades hospitalares são vinculadas à rede Ebserh.
Foco da mudança
O principal foco da a mudança é que esses hospitais, não obstante seu papel acadêmico, têm mais sinergia com a Saúde. Todos eles operam 100% dentro do SUS. Embora, em termos absolutos, representem somente 2% de todos os hospitais públicos do Brasil, essa rede responde por mais de 10% dos leitos e de algo em torno de 12% das internações no âmbito do Sistema Único de Saúde. Com a migração, os hospitais universitários poderiam ter acesso a verbas do SUS.
Custeio reduzido
Hoje, os recursos para custeio e parcos investimentos nessas unidades vêm quase que integralmente do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais, criado em 2010, no último ano do segundo mandato do Lula. O programa prevê verbas de R$ 1,5 bilhão para 2023. Além da questão orçamentária, há ainda motivações de ordem administrativa para a mudança.
Baixa prioridade
Na avaliação dos grupos de trabalho da transição, os hospitais universitários não são exatamente uma prioridade do Ministério da Educação. Por esta linha de raciocínio, a transferência para a Saúde traria ganhos de gestão para essas unidades.
Papo Reto
- Ao anunciar o ministro das Cidades, o presidente Lula escorregou. Disse que o titular será o ‘irmão de um grande amigo e filho de um amigo e parceiro’, mas esqueceu o nome. Socorrido, depois de alguns segundos, citou Jader Filho (foto).
- Belém, que já teve desfiles carnavalescos dos mais contagiantes do Brasil, e criou até um espaço, a Aldeia Cabana David Miguel no coração do bairro da Pedreira, assiste a todo ano a festa de momo minguar pela falta de apoio.
- Ainda bem que existem os folguedos de rua, puxados por charangas e abnegados, como o cantor Elói Iglesias, que se solta e manda ver nas tardes chuvosas da capital, com uma galera apaixonada no cordão.
- A maioria das escolas de samba já anunciou que não desfila neste carnaval porque os recursos que a prefeitura prometeu repassar seriam pífios e o tempo de preparação, curto.
- As chuvas torrenciais que têm caído em Belém causaram estragos consideráveis na cobertura do Shopping Bosque Grão-Pará. Na última quinta-feira, as torneiras do céu se abriram sobre as lojas e o piso central, surpreendendo o público e gerando danos aos lojistas.
- Sem fiscalização, todo mundo ocupa a calçada para estacionar em frente ao Terminal Hidroviário de Belém. Falta espaço para transeuntes e pessoal da limpeza pública.
- Lindas as pinturas do Boulevard, Teatro da Paz, Cine Olympia, Corda da Santa e Basílica de Nazaré, no muro do antigo IEP, à Gama Abreu com Serzedelo. Trabalho magnífico do artista Pablo Ribeiro.
- Como o prefeito Alexandre Siqueira não pagou taxas aeroportuárias e terceirizados, em Tucuruí, aeroporto da cidade está sem operar.
- Em compensação, o maridão elegeu a primeira Andreia Siqueira deputada federal, aliás, com votação considerável.
- Essa disparada do custo energético, sobretudo na Alemanha, onde a metade do gás consumido provém da Rússia – que diminuiu bastante o fornecimento – fez do país não mais o paraíso das indústrias, que passaram a buscar outros países para a sua produção.
- O fato de a União Europeia ter ampliado significativamente sua regulamentação industrial e empresarial, obrigando as empresas a se adequarem a novos perfis de governança a partir de agendas políticas, também agravou substancialmente o quadro.
- O resultado, com tanto subsídio, emissão de dinheiro para pagar benefícios sociais e desestímulo à produção não poderia ter sido mais abrasivo: desemprego, juros altos, inflação e fuga recorde de capitais.